Gênero deixa de ser fator de influência

O perfil do empresário está passando por uma mudança de gênero. Se, historicamente, havia mais empreendedores homens, essa diferença praticamente se nivelou nos últimos três anos.

O Brasil é o quarto país com a maior proporção de mulheres entre os novos donos de empresa, diz Tales Andreassi, coordenador do FGVcenn (Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getulio Vargas) e um dos responsáveis pela pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) de 2012.

Isabelle Goldfarb, 24, é um exemplo dessa tendência. Há um ano, ela fundou a Zurbb, que desenvolve um aplicativo de mesmo nome para que usuários de smartphones possam receber notícias, em tempo real, sobre bares e restaurantes do Rio de Janeiro.

Goldfarb é da terceira geração de empreendedores de sua família. Além da empresa, ela também trabalha como consultora financeira.

"Para mim, sempre foi uma prioridade ter estabilidade financeira", conta. Mesmo assim, ela resolveu colocar dinheiro em uma empresa iniciante. "É uma questão de risco e retorno. Há possibilidade de lucro alto, o que depende da minha capacidade e dos meus sócios."

Outra característica que influencia a propensão a empreender é a idade, segundo Pedro Gonçalves, consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Entre as faixas etárias, a maior taxa de novos empreendedores encontra-se entre 25 e 34 anos.

É o caso de Paulo Sérgio Vieira Santana, 27, que abriu, no ano passado, a Nuttry Car, uma fornecedora de alimentos para empresas.

Depois de se formar em direito, o empresário foi trabalhar no setor financeiro de uma construtora. "O caminho foi de autoconhecimento. Depois da experiência em outros empregos, achei que o que precisava fazer era começar um negócio."