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Empresas gazelas

Companhias com até 49 funcionários somam 52,1% do total de corporações que têm pouco tempo de vida e avanço rápido

Simon Plestenjak/Folhapress
Carlos Curioni (centro) e funcionários do Elo7, site que cresce a taxas de 3 dígitos
Carlos Curioni (centro) e funcionários do Elo7, site que cresce a taxas de 3 dígitos

EDUARDO KORMIVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pesquisa do IBGE aponta que a geração de empregos no Brasil está concentrada em companhias de alto crescimento, aquelas que registram expansão média de pessoal acima dos 20% anuais.

Embora representem apenas 0,7% das companhias nacionais, elas foram responsáveis pela criação de seis de cada dez novos postos de trabalho com carteira assinada no país entre 2007 e 2010, ou 5 milhões de vagas no total.

A maioria (51%) das empresas de alto crescimento, que reunia 33,3 mil negócios em 2010, é formada por corporações que têm entre 10 e 49 funcionários. Nas chamadas gazelas, elite de 12,5 mil empresas de alto crescimento com até oito anos de existência, as pequenas -que começam a crescer a partir de uma base geralmente baixa -dominam: são 52,1% do total.

O diretor-técnico do Sebrae nacional, Carlos Alberto dos Santos, observa que as empresas gazelas, referência ao antílope capaz de correr a 70 km/h, têm traços comuns.

Incluem capacidade comercial e estrutura de custos bem controlada, preferência por crescimento via capital próprio e gestores que investem tempo na capacitação e no conhecimento do negócio.

"A identificação de demandas reprimidas pode explicar a criação de negócios com elevadas taxas de crescimento, mesmo que por período determinado. Também o crescimento da atividade econômica em setores específicos [explica o sucesso das empresas]", observa Santos.

Poucos segmentos se tornaram tão abundantes em oportunidades quanto a internet nos últimos anos. O avanço do Elo7, site de venda de produtos artesanais, é exemplo. Fundado em 2008, o portal vende itens de 85 mil artesãos e tem 1,5 milhão de produtos cadastrados.

O crescimento a jato veio depois do aporte de um fundo de capital de risco, no ano passado. Contratado para liderar a empresa na nova fase, o presidente Carlos Curioni, 35, diz que a meta é elevar o faturamento em 150% neste ano. Em um ano, o número de funcionários saltou de 5 para 29 no Brasil.

À essa equipe se juntaram outros nove profissionais na Argentina depois da compra da concorrente Bixti, há menos de três meses, pontapé no projeto de expansão para a América Latina.

"Podemos ter 400 pessoas trabalhando em três ou quatro anos", projeta Curioni.

PERDA DE PARTICIPAÇÃO

Apesar do dinamismo na geração de empregos, as pequenas empresas perderam espaço para as grandes em 2010, segundo o estudo Demografia das Empresas do IBGE, publicado sempre com dois anos de defasagem.

Em 2009, elas respondiam por 55% do pessoal empregado em novas companhias recentes com alto crescimento. O percentual caiu para 52,1% no ano posterior.

Uma explicação para esse recuo está na retomada da economia brasileira naquele ano -beneficiado pela base de comparação fraca, o PIB avançou 7,5% em 2010.

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