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Eletroeletrônico é o mais fraudado em lojas virtuais Poder de revenda de produtos justifica altos índices de compras estornadas PATRÍCIA BASILIODE SÃO PAULO
Nos dois primeiros anos da loja virtual Brinquedos Laura, que "abriu as portas" em 2005, 5% do faturamento ia para as mãos de fraudadores. Sem sistema de segurança, o comércio de produtos eletrônicos e infantis era alvo de "charge back" (estorno), em que o pagamento é cancelado por vítimas de clonagem de cartão de crédito ou por pessoas que negam a compra. Eletrônicos e eletrodomésticos são os artigos mais visados por fraudadores, mostra sondagem feita de janeiro a outubro deste ano com 16 mil portais brasileiros pela FControl, empresa de gerenciamento de risco do Grupo Buscapé, a pedido da Folha. Lojas virtuais que vendem eletroeletrônicos tiveram 38% das transações comprometidas no período analisado. As de turismo tiveram 21%; as de moda e acessórios, 10%. O alto poder de revenda dos artigos justifica o ranking, segundo Marcos Cavagnoli, vice-presidente da divisão de serviços e finanças do Grupo Buscapé. Eletrodomésticos, roupas e passagens aéreas "são facilmente vendidos ou usados pelo fraudador". "O risco de oferecer pagamento por cartão de crédito é alto, mas 80% das compras são feitas desta forma, e os lojistas não querem perder mercado", explica Cavagnoli. Expostas a fraudes, micro e pequenas lojas virtuais perdem 4% do faturamento ao ano, estima Ricardo Dortas, coordenador do Comitê de Meios de Pagamento da Câmara-e.net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico). "Fraudes ocorriam mais em loja física, mas, com a inserção de chips em cartões, o crime aumentou na web." REFORMULAÇÃO Com três unidades em São Paulo, o que atraiu a Brinquedos Laura a vender pela internet foi o panorama de expansão. A dificuldade em banir as fraudes, no entanto, atrasou os planos. Havia transações suspeitas de cerca de R$ 2.000, diz Júnior Ribeiro, 33, gerente de "e-commerce". "Descobri [as fraudes] porque os itens eram diferentes e caros", conta. Para chegar a perdas inferiores a 1%, a marca lançou, há um mês, novo portal e serviço de vendas pelo telefone. Também contratou empresa de segurança para analisar compras acima de R$ 149. "Reformulamos a estrutura para acabar com as fraudes." Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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