|
Próximo Texto | Índice
ALÉM DA FRANQUIA
Vontade de se diferenciar decide saída da franquia
Acordo com franqueador define se é possível usar know-how adquirido
Leo Caobelli/Folha Imagem
|
Maria Alzira Linares, da Lavasecco, rompeu contrato e abriu sua rede de lavanderias |
SILAS MARTÍ
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para um franqueado, abandonar a segurança e as garantias financeiras desse modelo
de negócio parece ser uma manobra bastante arriscada.
Mas é uma boa saída para
empresários que, passado o
susto de entrar no mercado,
sentem-se mais bem estabelecidos e decidem abrir um negócio com cara e marca próprias.
Criativa na cozinha, a empresária Fátima Parisi percebeu
que a venda de salgados andava
em baixa e resolveu deixar a
franquia da Empada Brasil para
abrir um café com sua cara e
sua comida. "Cozinhar era meu
hobby. Eu sempre tive jeito para a coisa", conta a empresária.
Antes, porém, entrou em
acordo com o franqueador e se
comprometeu a vender as mesmas empadas sem usar a bandeira, com liberdade para montar seu próprio cardápio -exatamente o que queria.
"A marca não fez diferença.
Muita gente vem para comer
empada e acaba almoçando. É
menos pela marca e mais pelo
ponto", conta Parisi.
Alguns até viram o jogo, passando de franqueado a franqueador. Maria Alzira Linares
conta que rompeu o contrato
de franquia com uma rede de
lavanderias para atender outra
clientela e oferecer serviços
personalizados, como pequenos reparos na costura e tratamento de peças de couro.
"Tentamos incorporar serviços que não tínhamos na franquia", explica a empresária, que
hoje é dona da rede de lavanderias Lavasecco e tem quatro lojas franqueadas e seis próprias
-uma delas dentro da Daslu.
O rompimento foi desgastante e complicado, mas valeu a
pena, segundo Linares. E ela
conseguiu cativar franqueados
que, como ela, abandonaram a
franquia anterior.
"Já estivemos na pele dos
franqueados e sabemos o que
eles não querem", conta Linares, que faz questão de se reunir
com eles a cada 15 dias e incorporar sugestões de cada um às
decisões centrais da marca.
Fim do contrato
Romper o contrato com uma
franquia, porém, não é tarefa
tão fácil e costuma ter sérias
implicações legais.
A Lei de Franquia Empresarial exige que seja definido no
documento o que o ex-franqueado poderá ou não fazer
com o know-how adquirido enquanto esteve a bordo da franquia (leia mais na página 3).
Quem nunca se preocupou
com isso foi Áurea Weber, dona
da escola de inglês Just In Time
e presidente de uma associação
de escolas de idioma não-franqueadas. "Sempre atuei como
independente por convicção,
por ser da área e achar que o sistema que eu criei é muito melhor do que o de uma franquia."
"Adoro ter liberdade para
criar cursos diferentes e dar
tratamento específico para as
necessidades de cada cliente.
Tenho uma escola no mesmo
endereço há 18 anos. Não tenho
essa fúria expansiva", diz.
Próximo Texto: As seis fases do relacionamento Índice
|