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COMO FINANCIAR SUA EMPRESA
Demanda por crédito cai 6,8% em um ano
Empréstimos do BNDES, porém, crescem em quase todas as faixas
RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A hora -de crise- não é a
mais apropriada para micro,
pequenas e médias empresas
saírem em busca de crédito.
"Os prazos de pagamento diminuíram, e os bancos ficaram
mais seletivos. Se der, será melhor esperar a crise passar",
aconselha Francisco Barone,
professor da Ebape-FGV (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da
Fundação Getulio Vargas).
O ano começou com queda
na demanda por crédito, principalmente entre micro e pequenas, segundo o Indicador
Serasa Experian de Demanda
das Empresas por Crédito, pesquisa com 1,2 milhão de pessoas jurídicas.
Em março, ele caiu 6,8% entre micro e pequenas empresas,
em comparação com o mesmo
mês de 2008. A queda registrada entre as grandes foi de 0,9%.
"As empresas estão produzindo menos e precisam de menos capital de giro", diz Luiz
Rabi, gerente do indicador da
Serasa. "Os empréstimos diminuíram porque os pequenos
negócios têm mais risco de inadimplência", completa Barone.
O medo dos bancos "vem das
taxas de mortalidade nos primeiros anos", aponta Sandra
Boteguim, diretora de produtos
e de pessoa jurídica do Itaú.
BNDES empresta mais
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) emprestou, no primeiro bimestre, R$ 2,59 bilhões para empresas, contra
R$ 2,52 bilhões no mesmo
período de 2008.
Considerando o porte da
companhia, houve crescimento
em quase todas as faixas, menos na das médias, em que o volume caiu de R$ 899 milhões
(2008) para R$ 746 milhões
(2009). "Os bancos estão priorizando a pulverização do crédito", diz Claudio de Moraes,
superintendente da área de
operações indiretas do BNDES.
Apesar de o governo ter
anunciado recentemente que a
oferta de crédito para as empresas aumentou, ela ainda não
se normalizou para micro e pequenas (com faturamento de
até R$ 2,4 milhões por ano), na
avaliação de Marcel Solimeo,
economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo.
"Seja porque o volume disponível tem sido muito disputado
pelas grandes empresas, que
perderam o acesso aos recursos
externos, seja pela maior seletividade dos bancos", explica.
Ele acrescenta que os juros
das linhas para capital de giro
ainda estão muito altos.
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