São Paulo, domingo, 03 de maio de 2009


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COMO FINANCIAR SUA EMPRESA

Demanda por crédito cai 6,8% em um ano

Empréstimos do BNDES, porém, crescem em quase todas as faixas

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A hora -de crise- não é a mais apropriada para micro, pequenas e médias empresas saírem em busca de crédito.
"Os prazos de pagamento diminuíram, e os bancos ficaram mais seletivos. Se der, será melhor esperar a crise passar", aconselha Francisco Barone, professor da Ebape-FGV (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas).
O ano começou com queda na demanda por crédito, principalmente entre micro e pequenas, segundo o Indicador Serasa Experian de Demanda das Empresas por Crédito, pesquisa com 1,2 milhão de pessoas jurídicas.
Em março, ele caiu 6,8% entre micro e pequenas empresas, em comparação com o mesmo mês de 2008. A queda registrada entre as grandes foi de 0,9%.
"As empresas estão produzindo menos e precisam de menos capital de giro", diz Luiz Rabi, gerente do indicador da Serasa. "Os empréstimos diminuíram porque os pequenos negócios têm mais risco de inadimplência", completa Barone.
O medo dos bancos "vem das taxas de mortalidade nos primeiros anos", aponta Sandra Boteguim, diretora de produtos e de pessoa jurídica do Itaú.

BNDES empresta mais
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) emprestou, no primeiro bimestre, R$ 2,59 bilhões para empresas, contra R$ 2,52 bilhões no mesmo período de 2008.
Considerando o porte da companhia, houve crescimento em quase todas as faixas, menos na das médias, em que o volume caiu de R$ 899 milhões (2008) para R$ 746 milhões (2009). "Os bancos estão priorizando a pulverização do crédito", diz Claudio de Moraes, superintendente da área de operações indiretas do BNDES.
Apesar de o governo ter anunciado recentemente que a oferta de crédito para as empresas aumentou, ela ainda não se normalizou para micro e pequenas (com faturamento de até R$ 2,4 milhões por ano), na avaliação de Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo.
"Seja porque o volume disponível tem sido muito disputado pelas grandes empresas, que perderam o acesso aos recursos externos, seja pela maior seletividade dos bancos", explica.
Ele acrescenta que os juros das linhas para capital de giro ainda estão muito altos.


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