São Paulo, domingo, 06 de julho de 2008


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CORTE LEGAL

Custo elevado dificulta a certificação dos produtos

Adequação às normas ambientais e trabalhistas é requisito para selo

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de ser condição para a exportação, a certificação de produtos madeireiros e não-madeireiros das florestas ainda encontra resistência de pequenas empresas do setor.
As causas para a não-adesão ao certificado são duas, sobretudo: o alto custo desse selo e a exigência da adequação às normas ambientais e trabalhistas necessárias para consegui-lo. É o que aponta Luise Marta Bauch, diretora-executiva da FSC Brasil (Conselho Brasileiro de Manejo Florestal), instituição responsável pelo certificado internacional.
"Às vezes, o custo para a adequação das áreas de manejo e da cadeia de custódia -que processa a matéria-prima bruta- é mais alto do que a certificação em si. Mas vale a pena investir nesse selo por causa da possibilidade de exportação", defende.
Segundo Bauch, atualmente, há 5 milhões de hectares de florestas certificados pelo FSC.
Fábio Albuquerque, 50, diretor da Ecolog, madeireira sustentável, acrescenta que a falta de escala é outro fator que pode prejudicar a pequena madeireira. "Se a área de exploração é pequena, ela tira poucas espécies e não tem escala. Além disso, o maquinário é caríssimo."
O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) também certifica empresas que atuam de maneira sustentável.
O Cerflor (Programa Brasileiro de Certificação Florestal) foi criado em 2002 e está presente em mais de 1 milhão de hectares de florestas.
O diretor de qualidade do Inmetro, Alfredo Lobo, salienta que a certificação tem "reconhecimento internacional" e é "mais barata do que o FSC".
Em ambos os casos, porém, quem atesta a sustentabilidade são as certificadoras acreditadas tanto pelo FSC quanto pelo Cerflor.

Mercado externo
Na opinião do vice-presidente da Associação de Produtores de Florestas Certificadas, Sandro Bracchi, 42, que também é empresário do setor madeireiro, em pouco tempo, "a certificação irá se tornar obrigatória".
Exemplo disso foi a aprovação, no mês passado, nos Estados Unidos, de uma emenda ao "Lacey Act" (lei ambiental) que proíbe a importação de madeira extraída ilegalmente. (MCN)



Gráfica utiliza produto verde
O papel certificado é a matéria-prima utilizada pela gráfica D'Lippi, de acordo com o proprietário, Marco D'Lippi, 37. "Esse produto não é mais caro. O que muda é o valor agregado de sustentabilidade", diz. Depois de seis meses e de um investimento de R$ 10 mil, a gráfica conseguiu o selo FSC e hoje tem clientes estrangeiros.


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