São Paulo, domingo, 07 de março de 2010


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DEGRAUS DA INOVAÇÃO

Pesquisa e clientela direcionam empresa

Polo atrai mão de obra e estimula parceria com companhia-âncora

DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira analogia que se faz quando o tema é parque tecnológico é com um shopping center. Como as empresas de um mesmo segmento estão reunidas em um único local, têm a capacidade de atrair um consumidor já direcionado.
"Por trás de uma grande empresa [a âncora do parque], existe sempre uma cadeia de pequenas empresas que são suas fornecedoras", destaca José Raimundo Coelho, diretor técnico do Parque Tecnológico de São José dos Campos (a 97 km da capital), voltado às áreas aeronáutica e espacial.
Lá, a âncora é a Embraer. Junto a ela estão 30 micro, pequenas e médias empresas, além de institutos de pesquisa como o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Não apenas o fornecimento para as empresas parceiras, mas a ampliação do leque de clientes é uma das apostas dos empresários que decidem instalar suas empresas em parques tecnológicos.
Apesar de o governo ser o grande cliente da Flight Technologies (veículos aéreos não tripulados), o diretor-executivo da firma, Nei Salis Brasil Neto, 28, diz que a união de um grupo em torno de um tema comum é um dos trunfos para atrair novos consumidores.
"Nosso desafio é ter uma carteira [de clientes] grande. E o parque pode ajudar a alavancar isso", destaca ele, cuja firma está instalada no Parque Tecnológico de São José dos Campos.
O retorno pode não ser imediato, mas a presença em um empreendimento como esses confere maior visibilidade à firma, destaca Ronaldo Nobrega, sócio-diretor da Pam-Membranas Seletivas (membranas microporosas para filtragem).
"[O parque] se assemelha a uma incubadora. O gestor quer que a empresa cresça, que se destaque", compara Nobrega.

Universidade
Porém, apesar de essa vitrine para o mercado ser um atrativo para a instalação da empresa no Parque Tecnológico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) - cujas prioridades são as áreas de energia, ambiente e tecnologia da informação-, não foi esse o principal motivo que direcionou o empresário na escolha do local.
A proximidade com a universidade, diz Nobrega, foi o maior impulsionador. É dos bancos da instituição que vêm parte dos estagiários e dos alunos de pós-graduação que abastecem o quadro de colaboradores.

Localização
Motivo semelhante apresenta Maurício Lima, 34, diretor de capacitação do Ilos (Instituto de Logística e Supply Chain), firma de pesquisa localizada no Parque Tecnológico da UFRJ.
"Aproveitamento de talentos" da instituição de ensino, esclarece ele, é um dos maiores benefícios. Sem negar o "posicionamento "premium'" que a localização confere à Ilos. "As empresas pesquisadas conhecem, os parceiros também."


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