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ACESSO POSSÍVEL
Custo de adaptação do local deve ser planejado
Reforma total do estabelecimento barateia a adequação às normas
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de a adequação às
normas de acessibilidade não
ser obrigatória para estabelecimentos com capacidade de receber menos de cem pessoas,
transformar o negócio em um
local acessível para deficientes
pode trazer ao negócio, além de
valor agregado, a possibilidade
de atrair esse público.
De acordo com Tales Andreassi, professor de empreendedorismo da FGV (Fundação
Getulio Vargas), os consumidores tendem a ver com bons
olhos empresas que têm atitudes de responsabilidade social.
"O empresário que já tem o
negócio montado pode fazer
essas mudanças de acordo com
as suas possibilidades financeiras", explica Andreassi.
Planilha de custos
Segundo Luis Fernando Estuqui, arquiteto do Instituto
Paradigma, que tem projetos
de inclusão social para pessoas
com deficiência, o custo da
acessibilidade não é necessariamente alto.
"É possível modificar o local
sem gastar muito. Por exemplo,
a pessoa tem duas possibilidades para adequar o vaso sanitário: comprar um vaso com 45
cm de altura ou pedir para o pedreiro elevar o vaso atual em
mais 5 cm. Cabe ao empresário
pesquisar o que sai mais em
conta", exemplifica.
Para o arquiteto Alessandro
Lopes, professor de design de
interiores do Senac São Paulo
(Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), antes de
fazer a reforma, o empresário
deve ter em mente que o grande princípio da acessibilidade é
permitir que qualquer um aja
sozinho, sem precisar de ajuda
para se movimentar. "É um
desenho universal, que contempla desde idosos até pessoas sem deficiência."
Do início
As modificações são mais baratas quando a reforma é
geral, segundo a arquiteta Analu Andrade. "Se o projeto for
concebido desde o início para
atender às exigências de acessibilidade, ficará 1% mais caro."
Foi a opção do empresário
Rogério Alonso Pires, sócio-proprietário do Bar do Arnesto.
"Para abrirmos o bar, já tínhamos de ser acessíveis por lei.
Quando reformamos o local,
aproveitamos para ter o
banheiro adequado", conta.
Apesar de não serem acessíveis nos termos da ABNT, os
provadores da loja Doc Dog do
Shopping Market Place foram
concebidos para serem maiores do que os de outras lojas, diz
a proprietária, Thaís Protti.
"Temos poucos clientes deficientes. Mas é bom poder recebê-los", comenta. O provador
tem 1,4 m2, contra os 80 cm2 de
outras lojas da marca.
A possibilidade de receber
todo tipo de público é a maior
vantagem que o empresário
tem, segundo a vereadora Mara
Gabrilli. "Não falo só de pessoas com deficiência, mas de
idosos e de quem tem a mobilidade temporariamente reduzida com uma perna quebrada,
por exemplo."
(MCN)
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