São Paulo, domingo, 08 de dezembro de 2002


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Preços convidativos, pacotes especiais de férias e serviços ao ar livre ajudam empresas a manter faturamento

"Estiagem" de clientes exige saídas criativas

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se faltou planejamento para aguentar a "seca" de verão ou então se o empresário simplesmente não se conforma com a queda no faturamento e quer tomar uma atitude, promoções, alterações no mix de produtos e uma mudança no visual do negócio podem ser soluções para enfrentar a crise.
"É o janeiro negro", sintetiza a gerente de marketing da Regatta Tecidos, Lucila Dória. Segundo ela, o mês que marca o auge do verão é visto como a pior época do ano para o setor de decoração.
Para contornar a situação e minimizar as perdas, a solução encontrada pela loja de tecidos foi agarrar o cliente pelo bolso. "Oferecemos descontos de 10% a 70% em toda a linha de produtos."
Com esse tipo de iniciativa a empresa aumenta as vendas (em volume de tecidos) em 30%, mas, proporcionalmente, com os descontos perde até 30% do faturamento real em comparação com os meses do final do ano.
Vale a pena? Dória diz que sim. "É um jeito de renovar o estoque e de cativar um público diferente, não-habitual. Além disso, não deixamos os funcionários na ociosidade, eles não perdem a motivação", avalia.

Intensivo
Prestadores de serviço também podem dar um jeitinho para não perderem o fôlego durante a estação. Além de oferecer descontos, nessa área, o mais interessante é montar "pacotes" diferenciados.
Proprietária da escola de italiano Centro Cultural Brasil Itália, Eliana Silvestri Guião, 28, apostou em cursos intensivos como forma de manter parte dos seus alunos em janeiro e fevereiro.
Com a proposta de ministrar em cinco semanas o conteúdo de quatro meses de aulas extensivas, ela espera contar com pelo menos 60 alunos durante o verão.
O número não traz grande lucro para a escola, que hoje tem 250 estudantes, mas ao menos cobre os custos fixos. "Para a escola é excelente, senão ficaríamos muito tempo sem aula e tendo de pagar os funcionários, os impostos e o aluguel", avalia Silvestri Guião.
"O verão é uma batalha, mas a gente tem de ir até o fim. Caso contrário, fica no prejuízo."
Outras escolas optaram por oferecer cursos de inglês ao ar livre como forma de motivar os estudantes que querem aprender, mas não querem passar o verão enfurnados dentro de uma sala.
A King's Cross montou o "Holiday In The Sun", curso individual que alterna aulas em sala e em parques ou restaurantes. Já a Bridge Sistema de Inglês criou o "Fitness English", cujas aulas acontecerão em dezembro e janeiro durante caminhadas matinais, nos parques da Água Branca e Ibirapuera, em São Paulo.

"Happy hour"
Percival Maricato, conselheiro da Abredi (Associação dos Bares e Restaurantes Diferenciados) de São Paulo, recomenda que quem tem bar ou restaurante prepare a casa especialmente para receber clientes de "happy hour". "Esse horário fica mais disputado com a chegada do verão, as tardes têm mais luz, duram mais e estimulam as pessoas a sair", diz.
Outras dicas que ele elenca são: colocar algumas mesas na calçada, checar se o ar-condicionado está funcionando corretamente e, quando possível, transferir a sede do negócio para o litoral.



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