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LANCE GLOBAL
Com estímulo à exportação, preparo deve ser redobrado
Mais empresários buscam informação, mas ainda têm dúvidas em trâmite
Rodrigo Capote/Folha Imagem
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Fabiano Gullane, sócio da Gullane Filmes, que lidou com diferenças culturais durante produção
JORDANA VIOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL
As medidas que os ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e
da Fazenda anunciaram na última quarta-feira prometem
incentivar as exportações brasileiras, inclusive entre as micro e pequenas empresas.
Uma das ações exclui a receita de exportações do faturamento para efeito de cálculo do
enquadramento no Simples, no
limite de R$ 2,4 milhões.
"As pequenas estão mais bem
preparadas para participar do
mercado internacional", assinala Alessandro Teixeira, presidente da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos).
Segundo ele, quem tem interesse na internacionalização
busca mais respaldo agora do
que há quatro anos.
Os números da agência mostram isso. Em 2006, 5.000 empresas procuraram a Apex-Brasil em busca de apoio. Hoje, são
atendidas 12 mil, das quais 77%
são micro e pequenas.
Mesmo assim, há dúvidas.
"Na primeira viagem de negócios, os empresários nunca estão 100%", afirma Teixeira.
Ele acompanhou algumas
centenas dos 900 eventos internacionais aos quais a Apex-Brasil levou empresas e missões comerciais em 2009.
Preparação
Para Claudemir Galvani, professor de economia da PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica) e diretor da consultoria
Metha, os maiores problemas
estão relacionados à legislação
estrangeira e à logística.
"Micro e pequenas não contam com representantes no exterior ou departamentos dedicados às atividades aduaneiras,
o que dificulta as operações."
A Só Futebol Brasil passou
por essas dificuldades quando
começou a exportar, em 2002,
e teve produtos retidos na alfândega por erros ou falta de
documentos. "Eram 16 formulários a serem preenchidos,
com muitos detalhes", reclama
o sócio Flávio Beretta, 31.
Nesses casos, a Receita Federal retorna os produtos à empresa, mas o processo pode levar semanas.
O resultado é atraso nos pedidos e broncas de clientes.
Com paciência, a Só Futebol
Brasil contornou a situação.
"Em um nicho específico como o nosso, todos os clientes se
conhecem", diz. Por isso considera que "queimar o filme"
com um deles pode comprometer a atuação da empresa.
Hoje, a companhia tem processos estruturados e dois profissionais para exportações.
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