São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2011


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42% dos empresários vão aumentar preços em 2012

Reajuste exige cautela para evitar queda de vendas e redução de clientes

Luiza Sigulem/Folhapress
Jean Makdissi Júnior, em sua loja de lingeries, em SP

PATRÍCIA BASILIO
DE SÃO PAULO

A cada troca de coleção, o empresário Jean Makdissi Júnior, 34, dono da Íntima Store, reajusta em 4% o preço das lingeries que vende.
Neste fim de ano, no entanto, ele planeja aumento superior devido à inflação e ao custo da mão de obra.
Para não afastar consumidores, o empreendedor negocia valores e formas de pagamento com fornecedores. "É a única maneira de nossa estrutura de custos não ter alta superior à que podemos repassar ao cliente", explica.
Como Makdissi Júnior, 42% dos empresários brasileiros planejam reajustar preços nos próximos 12 meses. É o que mostra pesquisa da consultoria Grant Thornton realizada no terceiro trimestre de 2011 com 11 mil donos de empresas de pequeno e médio portes em 39 países -104 deles brasileiros- e obtida com exclusividade pela Folha. Em 2010, 29% pretendiam aumentar preços.
No Brasil, o crescimento econômico e a alta da inflação -previsão de 6,5% em 2011- foram responsáveis pelo resultado, diz Javier Martinez, coordenador do estudo.
"Apesar do aumento de preços, os empresários não temem perder clientes." Pela pesquisa, 78% deles apostam em um fim de ano com faturamento maior. "O Natal e as férias influenciam o cenário otimista", avalia.

TRIBUTAÇÃO
Para Márcio Iavelberg, sócio da Blue Numbers, consultoria de negócios especializada em pequenas empresas, a carga tributária também influenciou os reajustes.
O aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para compras no exterior com cartão de crédito em março -que foi de 2,38% a 6,38%-, exemplifica, impactou o caixa dos importadores e resultou no repasse de custos aos consumidores.
Donos de pequenas empresas são os mais prejudicados pelas variações econômicas e tributárias, diz Iavelberg. "Eles carecem de planejamento para lidar com gastos inesperados", considera.
O repasse deve ser feito de forma "sutil" para não afastar a clientela, diz. Promoções para itens específicos e "reajustes esporádicos amenizam o impacto do aumento".



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