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BURACO NO ESTOQUE
Eficiência é arma para enfrentar crise
Reduzir os custos, evitar pedir crédito e oferecer mais opções ao cliente são estratégias
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Eficiência, revisão de custos,
empenho nas negociações,
substituição de produtos importados por nacionais e oferta
de condições de pagamento
adequada ao poder de compra
do consumidor são algumas
armas de que o varejo dispõe.
O alvo são os possíveis efeitos
da crise econômica e da oscilação no preço da moeda norte-americana para os negócios.
De acordo com Alejandro Padron, especialista em varejo e
sócio da consultoria IBM, o varejista deve negociar mais e
melhor com os fornecedores e
pedir mais condições de pagamento para ter capital de giro.
Ele aconselha também ao
empresário que dependa menos de crédito e diminua no
"mix" itens que tiverem aumento (importados ou não).
Outra iniciativa é ampliar a
participação de produtos de
primeiro preço (mais baratos) e
de marcas próprias.
Prestações
Em relação ao crédito ao consumidor, no entanto, é preciso
lembrar que, para empresas
que atendem clientes de baixa
renda, o ideal é oferecer parcelamento, já que a lógica da parcela que cabe no bolso deve
continuar, destaca Michel
Brull, sócio da consultoria
Gouvêa de Souza & MD.
"A empresa deve buscar
alternativas para que o consumidor não fique sem a mercadoria", explica.
No caso dos importados, a
tendência, segundo Brull, é que
haja uma diminuição de até
20% na quantidade desses
itens neste Natal, especialmente em setores em que a troca
por nacionais é possível.
Eficiência
Em casos em que não for possível trocar o estoque por itens
feitos no Brasil -em lojas de
perfume, por exemplo, cujo
sortimento é quase 100% importado-, será preciso ter cuidado ao repassar ao consumidor eventuais aumentos.
O ideal, diz Brull, é barganhar
com o fornecedor. "Tem de
negociar, negociar, negociar,
até porque nem fornecedores
nem varejistas sabem ainda
quanto repassar [ao cliente]."
Depois, é preciso tentar absorver ao máximo as altas inevitáveis, revisando processos e
custos para se tornar mais eficiente. "Uma economia num
determinado custo pode possibilitar absorver um aumento
do dólar, por exemplo."
Se, ainda assim, for preciso
subir os preços para o consumidor, o varejista não deverá simplesmente transferir o percentual de aumento do dólar ao
custo final da mercadoria.
Isso porque o custo de compra do produto que sofreu a alta
é só um dos componentes do
preço final do produto.
É preciso decompor o preço,
identificar qual o peso do custo
do produto nessa composição e
acrescentar o aumento apenas
a essa porção.
(NCC)
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