São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2008


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BURACO NO ESTOQUE

Eficiência é arma para enfrentar crise

Reduzir os custos, evitar pedir crédito e oferecer mais opções ao cliente são estratégias

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Eficiência, revisão de custos, empenho nas negociações, substituição de produtos importados por nacionais e oferta de condições de pagamento adequada ao poder de compra do consumidor são algumas armas de que o varejo dispõe.
O alvo são os possíveis efeitos da crise econômica e da oscilação no preço da moeda norte-americana para os negócios.
De acordo com Alejandro Padron, especialista em varejo e sócio da consultoria IBM, o varejista deve negociar mais e melhor com os fornecedores e pedir mais condições de pagamento para ter capital de giro.
Ele aconselha também ao empresário que dependa menos de crédito e diminua no "mix" itens que tiverem aumento (importados ou não). Outra iniciativa é ampliar a participação de produtos de primeiro preço (mais baratos) e de marcas próprias.

Prestações
Em relação ao crédito ao consumidor, no entanto, é preciso lembrar que, para empresas que atendem clientes de baixa renda, o ideal é oferecer parcelamento, já que a lógica da parcela que cabe no bolso deve continuar, destaca Michel Brull, sócio da consultoria Gouvêa de Souza & MD.
"A empresa deve buscar alternativas para que o consumidor não fique sem a mercadoria", explica.
No caso dos importados, a tendência, segundo Brull, é que haja uma diminuição de até 20% na quantidade desses itens neste Natal, especialmente em setores em que a troca por nacionais é possível.

Eficiência
Em casos em que não for possível trocar o estoque por itens feitos no Brasil -em lojas de perfume, por exemplo, cujo sortimento é quase 100% importado-, será preciso ter cuidado ao repassar ao consumidor eventuais aumentos.
O ideal, diz Brull, é barganhar com o fornecedor. "Tem de negociar, negociar, negociar, até porque nem fornecedores nem varejistas sabem ainda quanto repassar [ao cliente]."
Depois, é preciso tentar absorver ao máximo as altas inevitáveis, revisando processos e custos para se tornar mais eficiente. "Uma economia num determinado custo pode possibilitar absorver um aumento do dólar, por exemplo."
Se, ainda assim, for preciso subir os preços para o consumidor, o varejista não deverá simplesmente transferir o percentual de aumento do dólar ao custo final da mercadoria.
Isso porque o custo de compra do produto que sofreu a alta é só um dos componentes do preço final do produto.
É preciso decompor o preço, identificar qual o peso do custo do produto nessa composição e acrescentar o aumento apenas a essa porção. (NCC)


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