São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 2006


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MAIS DO MESMO

Cresce o número de ruas temáticas

Em 2 anos, cidade ganhou 17 vias especializadas; consultores vêem expansão delas em SP

André Porto/Folha Imagem
Na Miguel Magazine, localizada no centro de São Paulo, a diversificação de produtos é a aposta para conquistar compradores

RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A maior concorrência em uma rua de comércio especializado -vias que concentram um grande número de firmas do mesmo segmento- não tem intimidado os empresários. Basta ver o número crescente de novos núcleos de compras.
A São Paulo Turismo, órgão oficial de turismo e eventos da capital paulista, identificou, em um levantamento recém-concluído, 59 ruas temáticas, distribuídas por 51 segmentos. A última lista, feita há dois anos, mostrava 42 especialidades.
Esse modelo vive hoje um renascimento: já há outros destinos -que não constam do levantamento da São Paulo Turismo- em formação, como os comércios especializados em fraldas, no Brás, e em sebos, em Pinheiros. Algumas vias nascem até mesmo planejadas.
"O comércio de rua vive um bom momento após um período de estagnação", diz Felipe Naufel, presidente do Conselho de Ruas Comerciais da Fecomércio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).

Prós e contras
Estabelecer-se em uma "via especializada" tem suas vantagens. A principal delas é o poder de atrair consumidores que buscam exatamente o que é vendido ali, tornando todo visitante um potencial comprador. A variedade de oferta transforma esses locais em chamarizes.
Segundo Marcos Luppe, coordenador de curso do Provar-FIA (Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração), o benefício, no entanto, pode vir acompanhado de desvantagem na mesma medida. "Ir [para uma rua temática] sem estrutura é um problema."
Apesar de haver mais movimento, a concorrência também é grande e, para sobreviver, diz Luppe, é preciso aprimorar a gestão e ganhar em escala.
Para ele, porém, "as vantagens são maiores que as desvantagens". Em especial, se o item for diferenciado, o que torna a margem de lucro maior.

Diferenciação
No caso de chapéus e bonés, porém, não há como fugir das reduzidas margens de lucro, segundo o gerente da Miguel Magazine, Luís Miguel Romero. A loja, desde sua criação, há 50 anos, enfrenta a concorrência de outras na rua do Seminário.
Apesar de contar com a "fama" da rua, Romero diz que apostou também em estratégias para a diferenciação. Uma delas é a diversificação de produtos. A outra é A comercialização botas e roupas. "Elas impulsionam a venda de chapéus", destaca Romero.


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