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São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2003


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FRANCHISING

Empresas que se denominam licenciadoras se articulam para criar associação própria

Franquia "disfarçada" é alvo da ABF

BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Enquanto a ABF (Associação Brasileira de Franchising) lança campanha para explicar a franqueadores as diferenças entre franchising e licenciamento, combatendo o que seria uma "distorção" do sistema, um grupo de empresas que se denominam licenciadoras anuncia que pretende criar uma associação própria no ano que vem.
Preocupada com a utilização do termo "licenciamento" para classificar o que diz acreditar ser nada mais do que franquias, a ABF divulgará documento com sua posição oficial, além de promover cursos e debates sobre o tema.
A idéia é a de que um modelo de expansão de negócio que combina distribuição de produtos ou serviços, licença de uso de marca e formatação de ponto-de-venda, mesmo quando os parceiros têm grande liberdade de atuação, é uma franquia. O argumento é a definição da lei nš 8.955/94, a Lei do Franchising (veja quadro).
"A função da ABF é monitorar o sistema [de franchising] e alertar quando há distorções", afirma a diretora jurídica da instituição, Andrea Oricchio Kirsh. A intenção seria mostrar que, não se assumindo como franquias, as redes ficam enfraquecidas e correm risco de perder ações judiciais.
Licenciamento, segundo a Abral (Associação Brasileira de Licenciamentos), é a concessão do direito de uso de marcas, patentes ou de um direito autoral.
As empresas que se dizem "licenciadoras" concordam: admitem que esse não é o termo adequado para defini-las e estão discutindo um novo nome para seu modelo de expansão de negócio.
"Licenciamento não é o melhor nome, precisamos urgentemente de outro. Mas tenho convicção de que o que faço não é franchising", afirma José Carlos Figueiredo, diretor de licenciamento de negócios de varejo da Le Postiche, que deve integrar a nova associação.
Figueiredo diz que o sistema usado por ele e por "pelo menos 20 grandes empresas no país" tem vantagens. "O franchising não se atualizou. Não permite liberdade de gestão nem transparência na troca de informações."
Para a ABF, o modelo é uma "franquia de última geração". Os motivos para evitar o nome franquia seriam a visão errônea de que o franchising é burocrático e o desgaste sofrido pelo sistema em razão do fracasso de redes que fizeram expansão mal planejada.
As redes Nossa Loja Cosméticos e Patachou, que se apresentam como "licenciadoras", participaram de curso da ABF na última segunda-feira, em São Paulo, e disseram ter se identificado com a descrição de franquia feita pela associação.
"Não estamos disfarçados para enganar ninguém. Fomos orientados por advogados a começar assim", declarou a empresária Celi Lobo, da Nossa Loja Cosméticos. Guilherme Portela, diretor-executivo da Patachou, informou que a empresa deve passar a se identificar como franqueadora.
Ambas as empresas dizem cumprir as determinações da Lei do Franchising, entre elas a entrega de circular de oferta do negócio.



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