DIOGO BERCITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apesar das vantagens e das facilidades proporcionadas pelo licenciamento, o empresário deve ter cautela antes de abraçar essa estratégia.
Um ponto importante a ser analisado é a adequação aos valores e ao posicionamento do licenciado em relação à propriedade que está licenciando, de acordo com Érica Giacomelli, diretora de licenciamento da Mattel, que detém as propriedades Barbie e Hot Wheels.
Se esse tipo de preocupação não for tomada, o licenciamento poderá ter efeito negativo, alerta João Paulo Siqueira, professor de marketing da Trevisan Escola de Negócios.
"Há sutilezas que precisam ser analisadas por meio de pesquisas de marketing, para evitar conflitos como associar uma marca infantil a um produto adulto", avalia.

Independência
Outra preocupação que o empresário precisa ter em mente, afirma Siqueira, é pensar a longo prazo. "Se algum tempo depois o fabricante desejar se tornar independente do personagem que licencia, vai ser necessário muito esforço e competência", destaca.
O diretor da Warner Consumer & Products, Marcos Bandeira, acrescenta que é importante prestar muita atenção ao tipo de propriedade escolhida.
Personagens de filmes, por exemplo, costumam vender bem somente durante o período da estréia no cinema -para esses casos, é importante fazer uma projeção de vendas planejada, a fim de evitar estoques.
Já os personagens clássicos, como Snoopy e Garfield, costumam ter procura constante, apesar de que em menor escala.
Há dois anos, a opção do empresário Dolor Danúbio da Silva, proprietário da Nange Confecções, foi licenciar a marca da Olívia Palito, personagem do desenho animado Popeye, cuja propriedade é negociada pelo agente Creative Licensing.
Na avaliação do empresário, uma das vantagens do licenciamento é que alguns personagens fazem parte das lembranças de várias gerações, o que ajuda a impulsionar as vendas.


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