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São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 2003


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FINANÇAS

Aumento de burocracia e maior alíquota para determinados setores seriam alguns problemas

Novo ISS gera acréscimo de custos

FABIO BRUNI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Aprovada no final de 2002, a nova Lei do ISS (Imposto sobre Serviços) dá sinais de que trará más notícias para empresas e pessoas físicas prestadoras de serviços no município de São Paulo.
Mais burocracia, aumento da alíquota de alguns setores e bitributação (quando dois impostos incidem sobre um mesmo serviço) são as prováveis causas das polêmicas da lei nš 13.476/ 2002, que está em vigor na cidade, segundo especialistas em direito tributário ouvidos pela Folha.
"A nova lei poderá ser questionada judicialmente", diz o diretor do Instituto Brasileiro de Direito Tributário, Sidney Stahl, 40.
Empresas da Grande São Paulo que prestam serviços como limpeza e segurança na capital paulista podem ser bitributadas se os contratantes forem shoppings, hospitais e aeroportos.
Isso porque o responsável pelo pagamento passa a ser o receptor dos serviços, mas as empresas prestadoras, como é de costume, também deverão recolher o imposto na cidade onde têm sede.
Uma possível fonte adicional de burocracia é que cada estabelecimento deverá ter ainda um novo livro fiscal com a identificação dos prestadores de serviço, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas.

Aumento de 500%
Outro grupo que se disse prejudicado foi o dos profissionais liberais. Advogados, arquitetos e outros trabalhadores autônomos que atuam em sociedade sofreram aumento médio de 500% na alíquota do ISS cobrada.
A pior notícia é que o acréscimo deve ser repassado ao cliente. "A partir deste mês, teremos nova tabela de preços", diz o advogado Juliano Granato, 27. Sócio de um escritório, ele conta que pagava R$ 200 de ISS por ano. Agora passaria a pagar R$ 1.200 anuais.
Já Adriana Macuco, 30, sócia de um escritório de arquitetura, recebeu a notícia com surpresa. "Sabia muito por cima da nova lei. Deveriam dar mais apoio aos pequenos negócios." Ela afirma que também deverá reajustar o preço dos serviços.
Outra mudança que poderá afetar o bolso do empresário é o aumento, de 5% para 6%, da alíquota de alguns serviços bancários, como fornecimento de cheques, consultas em caixas eletrônicos e emissão de cartão magnético.



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