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São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 2003


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NEGÓCIO EM FOCO

Receita cresce 131% em seis anos e chega a R$ 11 bi em 2001; em 2002, houve queda

Decoração vira conforto financeiro

Fernando Moraes/Folha Imagem
Telma Sabadin transformou o escritório Casa da Imagem em loja


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A venda de móveis e de objetos de decoração tem ganhado espaço nos hábitos do consumidor. Segundo dados da ABD (Associação Brasileira de Designers de Interiores), o faturamento no setor residencial, sobretudo para consumidores de alto poder aquisitivo, mais do que dobrou em seis anos: foi de R$ 4,8 bilhões em 1995 para R$ 11,1 bilhões em 2001.
"De dez anos para cá, o cuidado com o espaço bem projetado aumentou muito", afirma Carolina Szabó, 63, presidente da ABD.
Vislumbrando a oportunidade, a empresária Judith Adler Rosenhek ampliou por duas vezes a L'Oeil nos Jardins (zona oeste de São Paulo). Ela também acaba de abrir uma loja de jardinagem.
"O objetivo é ampliar o faturamento. Mesmo que 2002 tenha sido um ano difícil para o setor, decidi investir para crescer", afirma.
Já a arquiteta Telma Sabadin, 37, aproveitou o espaço do próprio escritório para instalar sua loja, a Casa da Imagem Interiores. O local foi dividido em ambientes, de forma a não deixar a impressão de ser um comércio. "Os clientes vinham conversar sobre um projeto e acabavam gostando dos objetos de decoração do escritório. Agora tudo está à venda, e a loja está bem movimentada", conta.
Outro que não reclama da demanda da clientela é Miraguaia René Angelino, 70. O empresário é proprietário da Nativa, fábrica e loja de móveis feitos de fibras naturais. "Estamos há 35 anos no mercado e não temos problema com a procura", diz ele, que preferiu não revelar o faturamento.

Shopping ou rua
Quem quer entrar para o ramo pode optar por montar a loja em shoppings especializados ou nas ruas. "Em shopping, sempre há a possibilidade da compra por impulso, já na rua não", diz Wlamir Bello, 43, consultor do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Os custos também são diferentes. Para montar uma loja no Lar Center (zona norte) gasta-se de R$ 3.000 a R$ 5.000 por metro quadrado pelo ponto. O condomínio sai de R$ 18 a R$ 20 o metro quadrado, e o aluguel custa, em média, 5% do faturamento.
Na rua, o preço é fixo. Jack Strauss, 57, da Sofá e Companhia, gasta R$ 4.000 de aluguel em um espaço de 480 m2 localizado na avenida Pacaembu (zona oeste). "Tenho também uma loja de shopping, mas sai cara", diz ele, que investe cerca de R$ 60 mil por mês na loja, que tem 1.100 m2.
Já o empresário Ruy Tacchi, 49, da Autentic Art, fechou seu ponto no shopping e hoje tem duas lojas de rua. Montar um ponto-de-venda como o dele, que fatura R$ 10 mil no início, custa R$ 80 mil.
Outra opção são as franquias, como é o caso da Ornare. Segundo a diretora Esther Schattan, 39, são necessários ao menos R$ 250 mil de investimento inicial. "O retorno vem em menos de um ano."
Apesar do otimismo e dos estudos favoráveis, dados da Federação do Comércio de São Paulo mostram que o faturamento do setor -incluindo lojas de produtos "populares"- fechou com queda de 13,38% em 2002.
(ANDREA MIRAMONTES)


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