|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
em foco
Produto orgânico reformula visual para se destacar
Embalagens e nomes são adaptados ao consumidor
DIOGO BERCITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O mercado de produtos orgânicos no Brasil começa a se
consolidar: o decreto-lei nº
6.323, de 2007, regulamentou a
produção, o armazenamento e
a comercialização no setor.
Os fabricantes, entretanto,
ainda encontram dificuldades
para projetar as marcas para os
consumidores -sobretudo os
que não têm o hábito de comprar produtos orgânicos.
Para diferenciá-los, os empresários têm recorrido a estratégias de marketing. Mudanças
na embalagem, por exemplo,
podem render destaque no
ponto-de-venda.
"Vender um alimento apenas
com o apelo de ele ser orgânico
só atinge o público-alvo desse
tipo de produto -uma população ainda pequena no Brasil",
diz Sérgio Ribeiro Júnior, da
NR Indústria e Comércio.
Antes de lançar o Banana Power -barra orgânica de frutas-, Ribeiro Júnior procurou
a distribuidora SIM Alimentos.
A firma reformulou a marca.
"O produto era ótimo, mas
mal comunicado. A embalagem
era básica demais e feia", diz
Anderson Fornazari, responsável pelo novo visual. "Ele deu
uma cara "power" ao produto",
brinca Ribeiro Júnior.
Agora, eles comemoram o
posicionamento da marca em
lojas da rede Pão de Açúcar.
O empresário Clodomiro
Carneiro já havia lançado seu
produto, o Quinua Real, quando modificou a embalagem:
abriu uma "janela" na caixa, para o consumidor ver o produto.
"Morei por 12 anos na Bolívia
e por isso sei que a quinua é um
cereal típico do país. Mas o consumidor pode não saber",
aponta Carneiro.
No caso da firma Tribal Açaí,
as mudanças na embalagem fizeram as vendas decolarem,
segundo Ciro Neves, diretor comercial da empresa. "Precisávamos contar ao consumidor
no que o nosso produto difere
do açaí comum."
Na última alteração, foi
acrescentada a informação de
que o alimento é pasteurizado
-o que significa que não transmite a doença de Chagas, uma
informação importante no Brasil. "Nos Estados Unidos, para
onde o produto é exportado, escrever isso é irrelevante. É como dizer que ele é limpo", afirma Neves.
Lá, o Tribal Açaí é vendido
como Sambazon -termo que,
segundo o diretor, não tem sentido aqui. "A mensagem que
queremos passar na Califórnia
é a de um produto tropical, que
lembre samba e Amazônia",
diz. No Brasil, uma pesquisa
com consumidores mostrou
que esse nome é percebido
como "coisa de americano".
Texto Anterior: Dicas Próximo Texto: Feiras Evento de tecnologia mira pequenos empreendedores Índice
|