São Paulo, domingo, 16 de março de 2008


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em foco

Produto orgânico reformula visual para se destacar

Embalagens e nomes são adaptados ao consumidor

DIOGO BERCITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mercado de produtos orgânicos no Brasil começa a se consolidar: o decreto-lei nº 6.323, de 2007, regulamentou a produção, o armazenamento e a comercialização no setor.
Os fabricantes, entretanto, ainda encontram dificuldades para projetar as marcas para os consumidores -sobretudo os que não têm o hábito de comprar produtos orgânicos.
Para diferenciá-los, os empresários têm recorrido a estratégias de marketing. Mudanças na embalagem, por exemplo, podem render destaque no ponto-de-venda.
"Vender um alimento apenas com o apelo de ele ser orgânico só atinge o público-alvo desse tipo de produto -uma população ainda pequena no Brasil", diz Sérgio Ribeiro Júnior, da NR Indústria e Comércio.
Antes de lançar o Banana Power -barra orgânica de frutas-, Ribeiro Júnior procurou a distribuidora SIM Alimentos. A firma reformulou a marca.
"O produto era ótimo, mas mal comunicado. A embalagem era básica demais e feia", diz Anderson Fornazari, responsável pelo novo visual. "Ele deu uma cara "power" ao produto", brinca Ribeiro Júnior.
Agora, eles comemoram o posicionamento da marca em lojas da rede Pão de Açúcar.
O empresário Clodomiro Carneiro já havia lançado seu produto, o Quinua Real, quando modificou a embalagem: abriu uma "janela" na caixa, para o consumidor ver o produto.
"Morei por 12 anos na Bolívia e por isso sei que a quinua é um cereal típico do país. Mas o consumidor pode não saber", aponta Carneiro.
No caso da firma Tribal Açaí, as mudanças na embalagem fizeram as vendas decolarem, segundo Ciro Neves, diretor comercial da empresa. "Precisávamos contar ao consumidor no que o nosso produto difere do açaí comum."
Na última alteração, foi acrescentada a informação de que o alimento é pasteurizado -o que significa que não transmite a doença de Chagas, uma informação importante no Brasil. "Nos Estados Unidos, para onde o produto é exportado, escrever isso é irrelevante. É como dizer que ele é limpo", afirma Neves.
Lá, o Tribal Açaí é vendido como Sambazon -termo que, segundo o diretor, não tem sentido aqui. "A mensagem que queremos passar na Califórnia é a de um produto tropical, que lembre samba e Amazônia", diz. No Brasil, uma pesquisa com consumidores mostrou que esse nome é percebido como "coisa de americano".


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