São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006


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SALDO POSITIVO

Prevenção é a vacina antiliquidação

Investimento em sistema de gestão da cadeia de abastecimento ajuda a evitar encalhes

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Melhor do que realizar uma liquidação bem-sucedida, dizem consultores, é preveni-la, investindo em um estoque na medida certa para a demanda.
Isso é possível -e desejável- quando o empresário acompanha o comportamento do mercado, busca informações em diversas áreas -inclusive com seus fornecedores- e se mantém atento aos diversos acontecimentos que podem influenciar a decisão do consumidor.
"O ideal é investir em uma gestão preventiva e diminuir os erros de planejamento de estoque", destaca o professor de marketing Maurício Morgado, da Fundação Getulio Vargas.
"É a melhor maneira de acertar e se sair bem nesse período, evitando a sobra de mercadoria ou, pior, a sua falta", reitera.
Mercadoria em excesso é mercadoria parada, o que significa maior tempo de estocagem e custos extras de armazenagem, movimentação, manuseio e índice de deterioração.
Além de manter-se bem informado para realizar um planejamento eficaz, o empresário pode evitar a cilada das previsões que não se concretizam com um sistema de reposição de itens rápido e constante.
Trata-se de um modelo de gestão possível de ser adotado principalmente por meio da automatização, que interliga o caixa, a retaguarda da loja e o seu departamento de compras.
A cada venda, é efetuada a baixa imediata no estoque e providenciada a reposição da mercadoria diretamente com o fornecedor, evitando, assim, a necessidade de aquisição de volumes altos para estocagem.
Outro benefício do sistema de reposição constante é a liberação do capital, que deixa de ficar "empatado" na mercadoria para ser aplicado de forma a favorecer maior giro de vendas -em publicidade, ambientação e treinamento de pessoal.
"Uma cadeia inteligente é baseada na demanda, tendo em uma de suas pontas a reposição rápida de estoques", explica Cláudio Czapski, superintendente da ECR Brasil (Efficient Consumer Response Brasil), entidade que visa a otimização da cadeia de abastecimento.

Inevitável
Mesmo quando o erro já ocorreu, é possível corrigi-lo por meio de uma ação rápida que evite a última cartada da liquidação, a fim de não diminuir a margem de rentabilidade.
Segundo Maurício Morgado, há dois esforços anteriores à redução de preços: divulgação do item com mais destaque e incentivo à equipe de vendas.
"Tudo isso pode ser trabalhado em conjunto, dependendo da necessidade do empresário."
Se a liquidação não for contornável, é importante que seja transparente, para que o consumidor não se sinta lesado. "Trata-se de uma questão ética e a resposta é imediata -não compensa o desgaste", assinala o presidente da consultoria Popai Brasil, Chan Wook Min.


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