São Paulo, domingo, 19 de maio de 2002


Próximo Texto | Índice

FRANQUIAS

Quantidade de opções no setor de franquias bateu recorde, segundo a ABF

País já conta com 580 redes em operação

DA REPORTAGEM LOCAL

O franchising brasileiro vem experimentando uma expansão contínua. Entre 2000 e 2001, o faturamento do setor cresceu 7%, passando a casa dos R$ 20 bilhões.
No mesmo período, o número de redes em operação saltou de 469 para 580, o maior já observado no país, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising).
Os dados são resultado de uma estimativa baseada em amostragem realizada pela ABF em parceria com o Instituto Franchising.
O estudo mostra ainda que, até o final do ano passado, 44.179 unidades estavam em operação, entre franquias e próprias, 13% a mais que as atuantes em 2000.
"O segmento de franquias está atravessando um momento de aquecimento. A expectativa é a de que o número de negócios continue aumentando durante o ano", afirma Anette Trompeter, 38, diretora-executiva da ABF.
Entre os recordistas de crescimento, estão os segmentos de acessórios pessoais, veículos, esporte, saúde e beleza e alimentação.
O faturamento proveniente da venda de acessórios pessoais, por exemplo, alcançou a cifra de R$ 411 milhões no ano passado. Em 2000, os rendimentos do setor ficaram em R$ 250 milhões. O crescimento registrado foi de 64%.
Para Paulo Ancona, 52, consultor da Vecchi & Ancona Consulting, especializada em estratégias e formatação de negócios, a expansão reflete um pouco a cultura atual de valorização da estética.
"Estamos vivendo um período em que as pessoas realmente investem no marketing pessoal. Há um dinheiro reservado para a aparência", diz o especialista.
Franqueado da rede O Boticário desde 1981 e proprietário de oito lojas na capital paulista, Sérgio Nogueira, 48, concorda, mas diz que marcas consolidadas representam melhores oportunidades.
"O mercado de beleza está bom para quem opera com marcas de excelência. Produtos pouco conhecidos não têm encontrado as mesmas facilidades", afirma.

Queda
Mesmo com o saldo total positivo, houve segmentos que sofreram retração no período.
Foi o caso do ramo de construção, material e serviços e do de hotelaria e turismo. No primeiro, o faturamento diminuiu 29%, embora cinco novas redes tenham entrado no mercado. O total de unidades em funcionamento caiu de 204 para 115, ou seja, 44% das lojas foram fechadas.
Um dos fatores determinantes para a redução, segundo a ABF, teria sido o encerramento das operações da Central de Pinturas Renner, uma das principais franqueadoras de construção, que saiu do mercado em 2001.
Já o segmento de hotelaria e turismo, que chegou a crescer 63% entre 1993 e 1999 -conforme dados do último censo de franchising-, encerrou 2001 com faturamento 22% inferior ao observado em 2000. Apesar da queda nos rendimentos, o setor cresceu em número de redes em operação (de 7 para 9) e de unidades em funcionamento (de 186 para 312).
"A quantidade de unidades hoteleiras aumentou, mas todo mundo ganhou menos. O fato está parcialmente relacionado aos episódios que marcaram 2001, como o atentado de 11 de setembro. Outro fator é a ausência de infra-estrutura capaz de atrair uma clientela de peso. O turismo brasileiro ainda é caro e pouco acessível", observa Paulo Ancona. (TATIANA DINIZ)


Próximo Texto: Feira de franquias reúne 150 marcas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.