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São Paulo, domingo, 20 de julho de 2003


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GESTÃO

Uso racional de luz, telefone, água e gás é palavra de ordem após reajustes

Alta de tarifas leva empresa a cortar gastos

DA REPORTAGEM LOCAL

O estresse dos empresários com os gastos do negócio tem seguido a curva crescente dos aumentos tarifários. O mês de julho, que já começou com reajuste de 10,95% no custo da energia elétrica, trouxe ainda a polêmica em torno dos valores das contas telefônicas.
O índice de até 41,75 % aprovado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) tirou o sono de empreendedores que têm o uso do telefone como etapa necessária ao andamento do negócio.
A decisão foi contestada na Justiça em vários Estados, e, na última semana, uma liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça) definiu que o reajuste será provisoriamente definido pela variação do IPCA, em vez da do IGP-M. Ainda assim, as contas telefônicas devem ficar até 25% mais caras.
Já a tarifa de gás, reajustada trimestralmente, subiu entre 2% e 25% (de acordo com a faixa de consumo da empresa) no dia 31 de maio. Dependendo da política de preços da Petrobras, um novo reajuste do combustível poderá acontecer no mês de outubro.
E 2003 ainda reserva o aumento anual da tarifa de água, reajustada em 8,22% em agosto de 2002 e sem data definida para este ano.

Mutirão
Por isso economizar passou a ser palavra de ordem nas empresas. Até porque o dinheiro a ser gasto apenas com a elevação das cobranças pode, na prática, desorganizar o fluxo de caixa e levar a firma a entrar no vermelho.
De olho na possibilidade de aumento das tarifas telefônicas, Rodrigo Pimenta, 24, gerente administrativo da Madis Rodbel (empresa que atua com maquinário para marcação de ponto) decidiu lançar um verdadeiro mutirão para o uso racional do telefone.
Substituir celulares por rádios e estimular o uso do e-mail foram algumas das medidas adotadas. "Se o aumento de 40% fosse aprovado, gastaríamos R$ 10 mil a mais com telefone. É inviável. A meta da economia é mantermos o mesmo orçamento", explica.
Na opinião do dono da rede de restaurantes Nakombi, Paulo Barossi, 42, a despesa por uso desnecessário de telefone pode ser classificada como "hedionda". "O risco do "apagão" nos ensinou que dá para reduzir despesas sem prejudicar o funcionamento dos restaurantes. Não é impossível."
Nas três unidades da rede, Barossi bloqueou ligações interurbanas e para telefones celulares. Para sua surpresa, o número de ligações a cobrar aumentou. "Bloqueei as chamadas a cobrar também. São medidas que podem gerar antipatia na equipe, mas uma conversa educativa resolve tudo."

Economia a gás
Para os econômicos de plantão, o gás natural promete entrar no mercado como concorrente da energia elétrica no abastecimento energético até o final deste ano, usando como o atrativo a chance de trazer economia de 5% a 15%.
De acordo com José Matuzoni, superintendente de cogeração da Comgás, pequenas e médias empresas são o público-alvo do projeto, que fornecerá soluções energéticas a preços competitivos.
Uma parceria com uma companhia inglesa subsidiará a adaptação de plantas de empresas para que equipamentos como condicionadores de ar, entre outros tradicionalmente abastecidos por eletricidade, passem a ser a gás.
"A empresa não terá gastos com a adaptação, e equipamentos podem ser subsidiados", diz Matuzoni, que quer adaptar cinco empresas neste ano. Informações: cogeracao@comgas.com.br.


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