São Paulo, domingo, 20 de agosto de 2006


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PASSADO A LIMPO

Indústria seduz ao ofertar serviços

Mastrangelo Reino/ Folha Imagem
Marcelo Meirelles, da Planeta Azul, fábrica de químicos que aposta em cursos para lavanderias


Estratégia visa a garantir uso correto dos produtos e recuperar espaço perdido para ilegais

DA REPORTAGEM LOCAL

Quando o assunto é limpeza, toda dona-de-casa sabe: o produto sozinho não basta. É preciso saber usá-lo. Adotando essa regra, os fabricantes de produtos químicos institucionais estão garantindo o melhor resultado para suas fórmulas e, de quebra, fidelizando a clientela.
Uma das que apostam nessa estratégia é a Planeta Azul, empresa que elabora produtos de ponta para lavanderias.
A empresa de Marcelo Meirelles, 48, oferece, em parceria com sindicatos e associações, cursos de treinamento que, agora, incluem tratamento de efluentes e assessoria em novos negócios. Com o sucesso, a fábrica criou até uma lavanderia-laboratório para as aulas.
Os itens que a Planeta Azul fabrica são a porta de entrada para a oferta dos serviços. "O crescimento tem sido exponencial. O segredo é que sabemos como aplicar o produto."
Desde que reduziu sua linha de produtos de 35 para 18 e, de forma ousada, apostou em um só nicho, Meirelles diz "respirar lavanderia". Resultado: cresceu 27% em 2005 e espera neste ano faturar mais 25%.
Para Maria Eugênia Proença Saldanha, diretora-executiva da Abipla (associação das indústrias), o segmento tem muito a crescer. Para ela, é a chance para pequenas, que podem fabricar desde produtos mais simples, como detergentes, até inseticidas. "São empresas que buscam constantemente aperfeiçoar e diversificar produtos."
João Gustavo Haenel Filho, presidente da Abralimp, concorda. E exemplifica: "São Paulo tem milhares de padarias que ainda usam "pano e rodo" quando há itens mais ergonômicos e eficientes no mercado".

Clandestinos
Se para o prestador de serviço não há barreiras de entrada, para os fabricantes, surgir no mercado não é tarefa fácil. Por isso, por má fé ou ignorância, parte desse setor é formado por informais e clandestinos.
Além de não recolher impostos e de colocar em risco o consumidor, ele ainda incomodam o faturamento dos formais.
Um dos que sentem o impacto é Mauro de Oliveira, 56, diretor da Signa, indústria com cobertura nacional que faz produtos de uso institucional.
A firma, que crescia a taxas de 50%, prevê 5% para 2006. "O nível de competitividade acaba sendo desequilibrado."
Para driblar os ilegais, a Signa aposta no que os fora-da-lei não podem oferecer: pós-venda e desenvolvimento e pesquisa de produtos de alta tecnologia.


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