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PASSADO A LIMPO
Indústria seduz ao ofertar serviços
Mastrangelo Reino/ Folha Imagem
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Marcelo Meirelles, da Planeta Azul, fábrica de químicos que aposta em cursos para lavanderias |
Estratégia visa a garantir uso correto dos produtos e recuperar espaço perdido para ilegais
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando o assunto é limpeza,
toda dona-de-casa sabe: o produto sozinho não basta. É preciso saber usá-lo. Adotando essa regra, os fabricantes de produtos químicos institucionais
estão garantindo o melhor resultado para suas fórmulas e, de
quebra, fidelizando a clientela.
Uma das que apostam nessa
estratégia é a Planeta Azul, empresa que elabora produtos de
ponta para lavanderias.
A empresa de Marcelo Meirelles, 48, oferece, em parceria
com sindicatos e associações,
cursos de treinamento que,
agora, incluem tratamento de
efluentes e assessoria em novos
negócios. Com o sucesso, a fábrica criou até uma lavanderia-laboratório para as aulas.
Os itens que a Planeta Azul
fabrica são a porta de entrada
para a oferta dos serviços. "O
crescimento tem sido exponencial. O segredo é que sabemos como aplicar o produto."
Desde que reduziu sua linha
de produtos de 35 para 18 e, de
forma ousada, apostou em um
só nicho, Meirelles diz "respirar lavanderia". Resultado:
cresceu 27% em 2005 e espera
neste ano faturar mais 25%.
Para Maria Eugênia Proença
Saldanha, diretora-executiva
da Abipla (associação das indústrias), o segmento tem muito a crescer. Para ela, é a chance
para pequenas, que podem fabricar desde produtos mais
simples, como detergentes, até
inseticidas. "São empresas que
buscam constantemente aperfeiçoar e diversificar produtos."
João Gustavo Haenel Filho,
presidente da Abralimp, concorda. E exemplifica: "São Paulo tem milhares de padarias que
ainda usam "pano e rodo" quando há itens mais ergonômicos e
eficientes no mercado".
Clandestinos
Se para o prestador de serviço não há barreiras de entrada,
para os fabricantes, surgir no
mercado não é tarefa fácil.
Por isso, por má fé ou ignorância, parte desse setor é formado
por informais e clandestinos.
Além de não recolher impostos e de colocar em risco o consumidor, ele ainda incomodam
o faturamento dos formais.
Um dos que sentem o impacto é Mauro de Oliveira, 56, diretor da Signa, indústria com cobertura nacional que faz produtos de uso institucional.
A firma, que crescia a taxas
de 50%, prevê 5% para 2006.
"O nível de competitividade
acaba sendo desequilibrado."
Para driblar os ilegais, a Signa
aposta no que os fora-da-lei
não podem oferecer: pós-venda
e desenvolvimento e pesquisa
de produtos de alta tecnologia.
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