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PORTAS PARA O BRASIL - REGIÃO NORTE
Longínquo, Jalapão é "top" na lista dos ecoturistas
Investimentos em infra-estrutura somam R$ 2,7 milhões na região
CÁSSIO AOQUI
ENVIADO ESPECIAL AO TOCANTINS
"Isso aqui está virando uma
metrópole. Olhem só: já existem até duas pistas de pouso."
Exageros à parte, o comentário,
do piloto Flávio Roberto Alves,
42, está longe de equivocado.
Afinal, o comandante, mais
conhecido como Popoka, tem
conhecimento de causa: sobrevoou a região do Jalapão, no
Tocantins, por sete anos antes
se aventurar em outras terras.
O choque de Popoka ao retornar a sua terra natal agora,
oito anos depois, revela a transformação pela qual esse pedaço
escondido do cerrado vem passando em anos mais recentes.
Não é para menos. Região de
difícil acesso, o Jalapão guarda
belezas intocáveis, de dunas e
cachoeiras gigantes ao famoso
artesanato de capim dourado.
Com isso, o território desponta como um dos principais
destinos potenciais do turismo
nacional e internacional. "O roteiro foi selecionado entre os
melhores para a prática do ecoturismo no país", informa Anete Ferreira, consultora da Chias
Marketing, que avaliou o potencial turístico brasileiro.
Se a promessa de vingar como roteiro internacional é quase certa, há muito a ser feito.
Na principal vila usada como
base para os passeios, Mateiros,
encontram-se poucas opções
de hospedagem e alimentação.
"É preciso primeiro equipar
os atrativos e fazer divulgação
direcionada ao público-alvo. Só
então se deve abrir espaço aos
empresários mais ativos, muitos dos quais virão de fora",
explica o presidente da Agência
de Desenvolvimento Turístico
do Tocantins, Igor Avelino.
Visionários
Já existe, no entanto, quem
aposte no Jalapão. O casal
Luciano Cohen e Cintia Krause
é um exemplo. Há cinco anos,
eles inauguraram a Korubo
Safáris Ecológicos, que oferece
hospedagem em tendas e passeios em caminhões 4x4.
"Investimos R$ 600 mil, mas
o montante chega a R$ 900 mil
hoje, pois foram necessárias
adaptações até chegar ao produto atual", contabiliza Krause.
Segundo ela, por conta das alterações e dos altos custos operacionais, só agora o investimento atingiu o ponto de equilíbrio.
Obstáculos, aliás, não faltarão a quem quiser empreender
no destino turístico. O ex-analista de informática paulistano
e atual dono da pousada e restaurante Panela de Ferro, José
Tartilas, 45, menciona alguns:
sazonalidade, falta de mão-de-obra capacitada e quedas de
energia elétrica freqüentes.
"Apesar disso, vim para prosperar e sei que isso vai acontecer no longo prazo", projeta.
Mas o maior desafio que o Jalapão interpõe a empreendedores como Tartilas, sem dúvida,
é outro: gerar desenvolvimento
com o turismo sem perder o
principal atrativo local -a
chance de dar ao forasteiro a
sensação de "vazio infinito" em
pleno coração do Brasil.
Os repórteres hospedaram-se e visitaram a região a convite do MTur e da secretaria estadual
de turismo
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