São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006


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PORTAS PARA O BRASIL - REGIÃO NORTE

Longínquo, Jalapão é "top" na lista dos ecoturistas

Investimentos em infra-estrutura somam R$ 2,7 milhões na região

CÁSSIO AOQUI
ENVIADO ESPECIAL AO TOCANTINS

"Isso aqui está virando uma metrópole. Olhem só: já existem até duas pistas de pouso." Exageros à parte, o comentário, do piloto Flávio Roberto Alves, 42, está longe de equivocado.
Afinal, o comandante, mais conhecido como Popoka, tem conhecimento de causa: sobrevoou a região do Jalapão, no Tocantins, por sete anos antes se aventurar em outras terras.
O choque de Popoka ao retornar a sua terra natal agora, oito anos depois, revela a transformação pela qual esse pedaço escondido do cerrado vem passando em anos mais recentes.
Não é para menos. Região de difícil acesso, o Jalapão guarda belezas intocáveis, de dunas e cachoeiras gigantes ao famoso artesanato de capim dourado.
Com isso, o território desponta como um dos principais destinos potenciais do turismo nacional e internacional. "O roteiro foi selecionado entre os melhores para a prática do ecoturismo no país", informa Anete Ferreira, consultora da Chias Marketing, que avaliou o potencial turístico brasileiro.
Se a promessa de vingar como roteiro internacional é quase certa, há muito a ser feito. Na principal vila usada como base para os passeios, Mateiros, encontram-se poucas opções de hospedagem e alimentação.
"É preciso primeiro equipar os atrativos e fazer divulgação direcionada ao público-alvo. Só então se deve abrir espaço aos empresários mais ativos, muitos dos quais virão de fora", explica o presidente da Agência de Desenvolvimento Turístico do Tocantins, Igor Avelino.

Visionários
Já existe, no entanto, quem aposte no Jalapão. O casal Luciano Cohen e Cintia Krause é um exemplo. Há cinco anos, eles inauguraram a Korubo Safáris Ecológicos, que oferece hospedagem em tendas e passeios em caminhões 4x4.
"Investimos R$ 600 mil, mas o montante chega a R$ 900 mil hoje, pois foram necessárias adaptações até chegar ao produto atual", contabiliza Krause. Segundo ela, por conta das alterações e dos altos custos operacionais, só agora o investimento atingiu o ponto de equilíbrio.
Obstáculos, aliás, não faltarão a quem quiser empreender no destino turístico. O ex-analista de informática paulistano e atual dono da pousada e restaurante Panela de Ferro, José Tartilas, 45, menciona alguns: sazonalidade, falta de mão-de-obra capacitada e quedas de energia elétrica freqüentes.
"Apesar disso, vim para prosperar e sei que isso vai acontecer no longo prazo", projeta.
Mas o maior desafio que o Jalapão interpõe a empreendedores como Tartilas, sem dúvida, é outro: gerar desenvolvimento com o turismo sem perder o principal atrativo local -a chance de dar ao forasteiro a sensação de "vazio infinito" em pleno coração do Brasil.


Os repórteres hospedaram-se e visitaram a região a convite do MTur e da secretaria estadual de turismo


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