São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006


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PORTAS PARA O BRASIL - REGIÃO NORDESTE

Parnaíba quer decolar como destino

Construção de aeroporto é indicador da atratividade de investimentos no litoral do Piauí

DA ENVIADA ESPECIAL AO PIAUÍ

Tudo é especial na região do Parnaíba: possui o único rio que desemboca em mar aberto em forma de delta nas Américas e é um dos locais que impulsionaram a economia nordestina no século 19.
Esse roteiro -menina-dos-olhos do Piauí- conta com mais um diferencial: será divulgado entre as opções do Estado e, ao contrário da maioria dos municípios do programa de roteirização, está incluído também em um macrorroteiro, que une o litoral do Piauí aos dos vizinhos Ceará e Maranhão.
Os ventos sopram a favor da região. A maior dificuldade -o acesso às cidades do Delta- está em vias de ser sanada: o Aeroporto Internacional de Parnaíba deve estar em pleno funcionamento neste ano.
Nesse contexto, a praia de Atalaia, na cidade de Luís Correia (276 km a norte de Teresina), saiu na frente. Está estruturando sua orla para receber 15 barracas de 180 m2 cada uma.
Parte da explicação para o novo visual está na geografia do Estado. Com 66 km de litoral, é disputado por turistas e, segundo empresários, não há infra-estrutura para recebê-los.
"Vamos oferecer conforto ao viajante de alta renda, que migrou para outras praias", explica Carlos José Rodrigues Machado, 59, que mantém um restaurante lá desde os anos 1970.
O outro lado da avenida da praia permanece, em parte de sua extensão, intocado. "É um ótimo local para que empresários invistam em lojas de artesanato, comércios de alimentos e hotéis", opina Machado.
O gerente de projetos de turismo do Sebrae-PI, Raimundo Gilson de Vasconcelos, no entanto, recomenda cautela. "Tudo indica que a especulação imobiliária já começou aqui."
Se o litoral comporta mais empresas, as ilhas do Delta do Parnaíba também. Investidores ingleses, dizem, já teriam comprado uma delas para a construção de um resort.

Nas mãos da comunidade
A Ilha das Canárias, que abriga a pousada Paraíso das Canárias, é uma das maiores da área e parada quase obrigatória de barcos e lanchas que percorrem a união do rio com o mar.
"Na alta temporada, os dez quartos lotam. Mas o lucro maior vem do restaurante, que rende R$ 12 mil ao mês", afirma o gerente, Jerry Gaspar, 35.
Ele revela que as oportunidades de negócios na ilha ultrapassam o segmento turístico. "Padaria, lojas e supermercado terão excelente aceitação."
Assim como outros locais do Nordeste, o Piauí tem influência indígena refletida no artesanato. As lojas que comercializam esses itens pululam por Parnaíba. Só no bairro de Porto das Barcas, em Parnaíba, o administrador da Artesanato Mandu Ladino, Felipe Nascimento, 33, calcula que haja dez.
"Pode parecer muito, mas há espaço. Só é preciso profissionalização para se destacar."
O diretor-geral da Piemtur (Piauí Turismo), José do Patrocínio Paes Landim, ressalta que a região precisa de capacitação. E estimula: "Há oportunidades em qualquer segmento no Delta. Mas é preciso se preparar para receber os turistas". (RB)


Os repórteres hospedaram-se e visitaram a região a convite do MTur e da Piemtur


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