São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006


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PORTAS PARA O BRASIL - REGIÃO SUDESTE

Trilha histórica ainda guarda "ouro"

Empreendedores da Estrada Real contam com roteiro integrado e linha especial de crédito

MARIANA IWAKURA
ENVIADA ESPECIAL A MINAS GERAIS

Antigo caminho de transporte de ouro e diamantes nos tempos do Brasil colonial, a Estrada Real, que passa por 177 municípios em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, é hoje uma trilha de oportunidades para garimpar êxito em negócios ligados ao turismo.
A integração é o destaque no desenvolvimento do roteiro, que conta com projetos da ONG Instituto Estrada Real -responsável pelos 1.926 marcos que sinalizam o trajeto e pelo licenciamento da marca Estrada Real. Paralelamente, o Ministério do Turismo investe em centros de apoio a turistas e na sinalização rodoviária.
A novidade agora é a parceria entre o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e a Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), que investirão US$ 3,4 milhões para criar uma rede de turismo em que empreendedores acessem dados do setor. O empresário pode ainda procurar financiamentos como o do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, que lançou uma linha de crédito especial para negócios da Estrada Real.
O maior desafio, hoje, está ligado à capacitação de pessoal. "É preciso habilidade empreendedora para formatar produtos turísticos", avalia Regina Faria, coordenadora do programa Estrada Real no Sebrae-MG (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). "Precisamos desenvolver e qualificar para depois promover", completa a secretária de turismo de Minas Gerais, Maria Elvira Ferreira.

Passo-a-passo
Cada trecho da Estrada Real sinaliza com oportunidades para negócios diversificados. Em Congonhas, por exemplo, os pontos turísticos atraem, mas existem poucos fatores que mantêm o turista no local.
"Nos pacotes de agências, Congonhas é passagem", diz Ana Alcântara, diretora de turismo da cidade. Os déficits estão em restaurantes e hotéis.
A mesma deficiência existe em Mariana. "Durante o Festival da Vida, em maio, recebemos até 30 mil pessoas", contabiliza a secretária municipal de Cultura, Mirian Rocha.
Já Tiradentes, bem servida nesses quesitos, carece de centros de convenções para eventos como a Mostra de Cinema. "Faltam firmas de bufê", completa o prefeito, Nilzio Barbosa.
As partes paulista e carioca da Estrada Real também têm potencial para novos negócios. Na região de Magé (RJ), há espaço para o ecoturismo, diz Luiz Mergulhão, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro.
Em São Paulo, o turismo rural e de aventura deve render bons frutos. "Fazendas históricas podem virar negócios", destaca Fátima Medeiros, coordenadora do curso de turismo da Unisal (Centro Universitário Salesiano) de Lorena. "Tudo depende da iniciativa dos empreendedores", completa.


Os repórteres hospedaram-se e visitaram a região a convite do MTur e da secretaria estadual de turismo


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