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PORTAS PARA O BRASIL - REGIÃO SUDESTE
Trilha histórica ainda guarda "ouro"
Empreendedores da Estrada Real contam com roteiro integrado e linha especial de crédito
MARIANA IWAKURA
ENVIADA ESPECIAL A MINAS GERAIS
Antigo caminho de transporte de ouro e diamantes nos
tempos do Brasil colonial,
a Estrada Real, que passa por
177 municípios em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo,
é hoje uma trilha de oportunidades para garimpar êxito em
negócios ligados ao turismo.
A integração é o destaque no
desenvolvimento do roteiro,
que conta com projetos da
ONG Instituto Estrada Real
-responsável pelos 1.926 marcos que sinalizam o trajeto e
pelo licenciamento da marca
Estrada Real. Paralelamente, o
Ministério do Turismo investe
em centros de apoio a turistas e
na sinalização rodoviária.
A novidade agora é a parceria
entre o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e
a Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), que investirão US$ 3,4
milhões para criar uma rede de
turismo em que empreendedores acessem dados do setor.
O empresário pode ainda procurar financiamentos como o
do Banco de Desenvolvimento
de Minas Gerais, que lançou
uma linha de crédito especial
para negócios da Estrada Real.
O maior desafio, hoje, está ligado à capacitação de pessoal.
"É preciso habilidade empreendedora para formatar
produtos turísticos", avalia Regina Faria, coordenadora do
programa Estrada Real no Sebrae-MG (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas
Empresas). "Precisamos desenvolver e qualificar para depois promover", completa a secretária de turismo de Minas
Gerais, Maria Elvira Ferreira.
Passo-a-passo
Cada trecho da Estrada Real
sinaliza com oportunidades
para negócios diversificados.
Em Congonhas, por exemplo,
os pontos turísticos atraem,
mas existem poucos fatores
que mantêm o turista no local.
"Nos pacotes de agências,
Congonhas é passagem", diz
Ana Alcântara, diretora de turismo da cidade. Os déficits estão em restaurantes e hotéis.
A mesma deficiência existe
em Mariana. "Durante o Festival da Vida, em maio, recebemos até 30 mil pessoas", contabiliza a secretária municipal de
Cultura, Mirian Rocha.
Já Tiradentes, bem servida
nesses quesitos, carece de centros de convenções para eventos como a Mostra de Cinema.
"Faltam firmas de bufê", completa o prefeito, Nilzio Barbosa.
As partes paulista e carioca
da Estrada Real também têm
potencial para novos negócios.
Na região de Magé (RJ), há espaço para o ecoturismo, diz
Luiz Mergulhão, da Secretaria
de Estado de Desenvolvimento
Econômico do Rio de Janeiro.
Em São Paulo, o turismo rural e de aventura deve render
bons frutos. "Fazendas históricas podem virar negócios", destaca Fátima Medeiros, coordenadora do curso de turismo da
Unisal (Centro Universitário
Salesiano) de Lorena. "Tudo
depende da iniciativa dos empreendedores", completa.
Os repórteres hospedaram-se e visitaram a região a convite do MTur e da secretaria estadual
de turismo
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