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PORTAS PARA O BRASIL - REGIÃO SUL
Vinho aquece investimentos no RS
Para empresários, as cidades de Bento Gonçalves e Cambará do Sul oferecem mais espaço
Roberto Assunção/Folha Imagem
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O Villa Europa Hotel & Spa do Vinho, que oferecerá tratamentos para corpo à base de uva do RS |
DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO GRANDE
DO SUL
O empreendedor que planeja
aportar nas Serras Gaúchas se
assusta com as restrições impostas por um de seus principais cartões-postais, Gramado:
saturada e com o metro quadrado valorizado, a cidade reserva poucas opções inéditas e
tem concorrência acirrada.
Mas essa impressão não reflete o panorama para novos
negócios no Rio Grande do Sul.
Em outros municípios serranos, as oportunidades são menos escassas e há chances tanto
para quem não está estabelecido como para quem atua em
outros ramos de atividade e deseja investir no setor turístico.
Bento Gonçalves é um deles.
O destino apresenta proposta
de desenvolvimento sustentável que inclui um plano diretor
voltado para a área rural.
"Há uma orientação de política ambiental e de uso de solo,
cujo intuito é manter a característica que o colonizador italiano deixou no local", explica a
diretora do sindicato de hotéis
da cidade, Márcia Ferronato.
Com a supervisão do Sebrae,
estabeleceram-se rotas -Vale
dos Vinhedos, Caminhos de Pedra e Vale do Rio das Antas- e
os pequenos proprietários rurais foram estimulados a se organizar para receber turistas.
A Vallontano, por exemplo,
criou marca própria em 1999 e
apostou na visitação de degustação para aumentar as vendas.
Atualmente, cobra taxas que
variam de R$ 5 a R$ 15 para um
"tour" pela propriedade. Mas,
na ponta do lápis, a maior receita vem da produção anual de 45
mil garrafas de vinho -que é
estimulada pela divulgação boca a boca dos turistas.
O faturamento cresce a uma
média anual de 30%. Contudo,
o índice não correspondeu às
expectativas da família. A previsão de retorno do investimento de R$ 1,5 milhão teve de
ser adiada de 2005 para 2010.
"Aplicamos recursos em parreirais, o que não estava previsto no plano de negócios", diz a
sócia Ana Paula Valduga, 28.
A família da empresária
Jaqueline Bohm Ferrari, 40,
também apostou no turismo
como segunda fonte de renda.
Aproveitando o moinho de farinha que existia na propriedade,
criou uma área de visitação na
qual explica o processo de produção do mate de chimarrão.
A família, que não abandonou o cultivo de uvas, mantém
paralelamente um circuito cultural pela propriedade e uma
loja em que são vendidos produtos tipicamente gaúchos.
"Todas as despesas de casa
são pagas com o que é vendido
aos turistas", explica Ferrari.
Novos empreendimentos
também despontam na região.
Uma das novidades é o Villa
Europa Hotel & Spa do Vinho.
Aproveitando a fartura de uvas,
o spa oferecerá tratamentos facial e corporal à base da fruta.
Novas trilhas
Outro local em que o empreendedor achará terras "à
vontade" é em Cambará do Sul.
Impulsionada pelas belezas
do Parque Nacional de Aparados da Serra, conhecido por
seus cânions, a cidade tem
atraído ecoturistas e grupos de
viajantes da terceira idade.
Há quatro anos, Cambará do
Sul foi escolhida por Cypriano
Penter, 55, para construir uma
pousada. "Vi aqui uma ótima
oportunidade. A cidade tem
bastante potencial", comenta.
Penter comemora o investimento que fez, de R$ 700 mil.
"A taxa de ocupação na baixa
temporada é de 48%. E olha
que não faço propaganda."
E faz planos: "Investirei em
agência de viagens".
(RB)
Os repórteres hospedaram-se e visitaram a região a convite do MTur e da secretaria estadual
de turismo
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