São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006


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PORTAS PARA O BRASIL - REGIÃO SUL

Vinho aquece investimentos no RS

Para empresários, as cidades de Bento Gonçalves e Cambará do Sul oferecem mais espaço

Roberto Assunção/Folha Imagem
O Villa Europa Hotel & Spa do Vinho, que oferecerá tratamentos para corpo à base de uva do RS




DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO GRANDE DO SUL

O empreendedor que planeja aportar nas Serras Gaúchas se assusta com as restrições impostas por um de seus principais cartões-postais, Gramado: saturada e com o metro quadrado valorizado, a cidade reserva poucas opções inéditas e tem concorrência acirrada.
Mas essa impressão não reflete o panorama para novos negócios no Rio Grande do Sul. Em outros municípios serranos, as oportunidades são menos escassas e há chances tanto para quem não está estabelecido como para quem atua em outros ramos de atividade e deseja investir no setor turístico.
Bento Gonçalves é um deles. O destino apresenta proposta de desenvolvimento sustentável que inclui um plano diretor voltado para a área rural.
"Há uma orientação de política ambiental e de uso de solo, cujo intuito é manter a característica que o colonizador italiano deixou no local", explica a diretora do sindicato de hotéis da cidade, Márcia Ferronato.
Com a supervisão do Sebrae, estabeleceram-se rotas -Vale dos Vinhedos, Caminhos de Pedra e Vale do Rio das Antas- e os pequenos proprietários rurais foram estimulados a se organizar para receber turistas.
A Vallontano, por exemplo, criou marca própria em 1999 e apostou na visitação de degustação para aumentar as vendas.
Atualmente, cobra taxas que variam de R$ 5 a R$ 15 para um "tour" pela propriedade. Mas, na ponta do lápis, a maior receita vem da produção anual de 45 mil garrafas de vinho -que é estimulada pela divulgação boca a boca dos turistas.
O faturamento cresce a uma média anual de 30%. Contudo, o índice não correspondeu às expectativas da família. A previsão de retorno do investimento de R$ 1,5 milhão teve de ser adiada de 2005 para 2010.
"Aplicamos recursos em parreirais, o que não estava previsto no plano de negócios", diz a sócia Ana Paula Valduga, 28.
A família da empresária Jaqueline Bohm Ferrari, 40, também apostou no turismo como segunda fonte de renda. Aproveitando o moinho de farinha que existia na propriedade, criou uma área de visitação na qual explica o processo de produção do mate de chimarrão.
A família, que não abandonou o cultivo de uvas, mantém paralelamente um circuito cultural pela propriedade e uma loja em que são vendidos produtos tipicamente gaúchos.
"Todas as despesas de casa são pagas com o que é vendido aos turistas", explica Ferrari.
Novos empreendimentos também despontam na região. Uma das novidades é o Villa Europa Hotel & Spa do Vinho. Aproveitando a fartura de uvas, o spa oferecerá tratamentos facial e corporal à base da fruta.

Novas trilhas
Outro local em que o empreendedor achará terras "à vontade" é em Cambará do Sul.
Impulsionada pelas belezas do Parque Nacional de Aparados da Serra, conhecido por seus cânions, a cidade tem atraído ecoturistas e grupos de viajantes da terceira idade.
Há quatro anos, Cambará do Sul foi escolhida por Cypriano Penter, 55, para construir uma pousada. "Vi aqui uma ótima oportunidade. A cidade tem bastante potencial", comenta.
Penter comemora o investimento que fez, de R$ 700 mil. "A taxa de ocupação na baixa temporada é de 48%. E olha que não faço propaganda."
E faz planos: "Investirei em agência de viagens". (RB)


Os repórteres hospedaram-se e visitaram a região a convite do MTur e da secretaria estadual de turismo




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