São Paulo, domingo, 23 de junho de 2002


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FRANCHISING

Marcas nacionais somam cerca de 90% das opções de negócio

Redes verde-amarelas dão as cartas no setor de franquias

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Apesar do nome, o "franchising" no Brasil tem sotaque nacional. Das 580 redes operando hoje, cerca de 90% são de marcas brasileiras e 10% nasceram em outros países e desembarcaram por aqui para ter master-franqueados, segundo estimativa da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
A predominância verde-amarela, porém, gera divergências entre especialistas sobre o fato de ser ou não um cenário a se comemorar.
Para Roberto Cintra Leite, da Cintra Leite/Horwath Consultores, a explicação está na questão da logística. "Uma franquia nacional de qualquer país tem a favor a proximidade para a supervisão, a legislação e o conhecimento dos hábitos culturais", afirma.
Para André Nudelman, presidente da Innovation Consulting, a presença das marcas brasileiras é fruto do fechamento do mercado até o início dos anos 80. "O setor acabou ocupado por franquias nacionais. O que é bom, pois as operações franqueadas são bem-estruturadas, e os royalties circulam internamente no país."
Já Vinícius Lummertz, diretor técnico do Sebrae, e Anette Trompeter, diretora-executiva da ABF, vêem nos dados uma característica peculiar do franchising no Brasil, que só perde para os Estados Unidos e para o Canadá em número de franqueadores.
"A dificuldade para obter crédito fez com que a fórmula de expansão do pequeno negócio fosse a franquia", avalia Lummertz.
Para Trompeter, o país ainda é grande pólo de atração de redes estrangeiras por possuir ampla extensão territorial e mercado a ser explorado. "Mas a tendência é que o cenário se mantenha."
Segundo ela, algumas marcas internacionais não se consolidaram no país devido à estratégia errada de implementação da rede.
Enquanto isso, nomes nacionais fazem o caminho inverso e ganham o exterior, como a Vivenda do Camarão, que já instalou quatro de suas franquias em Portugal. "Escolhemos o país porque tem padrão de consumo parecido com o nosso", afirma o diretor de marketing da rede, Rodrigo Perri. (GIOVANA TIZIANI)


Texto Anterior: Feiras: Fispal extrapola seara dos alimentos
Próximo Texto: Display - Fast Food: Jin Jin agora tem formato restaurante
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.