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HORTIFRÚTIS À VISTA
Seção de FLV requer gestão especializada em perecíveis
Preço não deve ditar aquisição pelo varejo de frutas, legumes e verduras
Renato Stockler/Folha Imagem
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Nascido na década de 70 como uma barraca de frutas, o supermercadoVaranda apostou na qualidade e no frescor dos produtos para cativar a clientela
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na hora da compra de frutas, legumes e verduras (FLV), o paulistano ainda tem nas feiras
livres e sacolões o seu local predileto. Dados do instituto Latin Panel apontam que 48% dos
consumidores se abastecem nesses canais, enquanto outros 40% preferem supermercados.
Comparado às tradicionais feiras livres, o supermercado oferece confortos como estacionamento,
ar-condicionado e facilidades de pagamento.
Há 20 anos, os produtos FLV representavam 2% da receita
dos supermercados -hoje, são
6,4%. Esse crescimento decorre
dos investimentos que os supermercados
têm feito para conquistar a clientela de FLV.
Há motivos para isso: a seção exerce forte influência na escolha
da loja. Além disso, o cliente
que entra no supermercado para
comprar hortifrútis acaba
gastando com outros produtos
mais20%dovalorda compra.
Mas, apesar de a procura ter
crescido nos últimos anos, esses
itens, por serem muito perecíveis,
desafiam a eficiência
do varejo de auto-serviço.
"A área de FLV ainda carece de padronização, e é difícil 'bater' a feira em qualidade",diz o consultor Antonio Carlos Ascar.
Custo x qualidade
Ao contrário dos resistentes produtos industrializados, as
FLVs demandam mão-de-obra especializada tanto para a compra
direta dos fornecedores como para as demais etapas.
Mas há preocupação excessiva
em baixar custos em detrimento
da qualidade, um traço
da cultura de um setor que vive
em constante guerra de preços.
"Somos um canal de venda
importante, não o melhor", admite
Antonio Daas, diretor da
Apas (Associação Paulista de Supermercados). "A cultura do preço e a massificação dificultam o controle de qualidade."
Para o engenheiro agrônomo
da Ceagesp (Companhia de Entrepostos
e Armazéns Gerais de São Paulo) Gabriel Bitencourt,
o comprador de supermercado
carece de conhecimento sobre
a categoria e elege preço e aparência
externa como fatores
principais para decidir a compra."
Muitas vezes, ele vira o escoador do pior produto", diz.
Fornecedores próprios
Percebendo a importância da
seção de FLV na escolha da loja
pelo cliente, a rede de supermercados
Confiança, com quatro
Lojas em Bauru (SP), investe
no desenvolvimento de fornecedores
locais a fim de garantir
o abastecimento das lojas com
diversidade e qualidade.
Hoje a rede é considerada referência,
e 11% da receita vem
de FLV. Ao menos 14 produtores
regionais de legumes e hortaliças
foram capacitados na
parceria. Eles recebem investimentos
para manter uma estrutura
adequada à continuidade
de fornecimento. "Aumentaram
a clientela e a procura
por uma variedade maior de
itens", diz Frederico Santarosa.
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