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São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2003


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GESTÃO

Vender a decoração e a trilha sonora da casa e ter área para reuniões são algumas das novidades

Ação engorda lucro em restaurante

Fernando Moraes/Folha Imagem
Inspiradas na cultura indiana, todas as peças da decoração do restaurante Boo estão à venda


TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Fisgar o cliente pelo estômago não é mais o único caminho usado por donos de restaurantes para atrair público e multiplicar lucros.
A fim de engordar o faturamento, novas tendências começam a despontar na gestão de estabelecimentos gastronômicos, ampliando o leque de produtos e serviços com inovações rentáveis.
Vender a decoração e a trilha sonora da casa, oferecer ambiente e atendimento diferenciados para o público executivo e levar serviço completo -com cardápio, garçons e até DJ- à casa do cliente são exemplos de ações que ganham força no setor. As estratégias conseguem alargar as margens de lucro em até 15%, segundo os empreendedores.
Quem entra no restaurante Boo, no bairro do Itaim, em São Paulo, pode sair levando mais que a lembrança de uma boa refeição. Todas as peças que compõem a decoração da casa estão à venda -de bibelôs a bancos e cadeiras.
A idéia é fruto de uma parceria com a movelaria Indoania, que se compromete a repor todas as peças vendidas a clientes do restaurante. "É interessante para as duas empresas. Ganhamos uma decoração diferenciada, e eles, uma vitrine", diz o sócio-proprietário Tico Gelpi. A venda de móveis já responde por de 10% a 15% do faturamento do Boo.
Um CD com a trilha sonora que é tocada na casa é outro produto oferecido por Gelpi a sua clientela. "Além de ser um diferencial, funciona como uma ferramenta de divulgação. As pessoas ouvem a música em casa e se lembram do restaurante", diz.
Agora o empresário está estreando um serviço, o "Boo em casa", que faz toda a produção de um evento domiciliar, levando de "sushimen" a garçons e DJs.
"Por um preço que fica em torna de R$ 53 por convidado, cuidamos de tudo para o cliente, inclusive da louça suja. É um lançamento direcionado a atrair quem quer dar uma festa em casa, mas não quer ter trabalho no dia seguinte", descreve Gelpi.

Executivo
Atenção redobrada para o público executivo é a regra seguida pelos estabelecimentos fincados nas regiões de predominância empresarial. Neles, a criação de áreas para reuniões e o atendimento diferenciado a empresários são práticas predominantes.
Um mezanino com capacidade para reuniões com até 30 pessoas, garçons bilíngues e cardápios diferenciados para almoços de negócios são as "iscas" do Kosushi, no Brooklin, para esse público.
"Hoje os executivos representam 10% da nossa clientela. Nossa meta é aumentar esse número para 30%", comenta o sócio-proprietário Carlos Carvalho, 42.
No Cantaloup, no Itaim, os empresários já respondem por 90% do faturamento no horário do almoço e cerca de 40% no do jantar, diz Daniel Sahagoff, 40, um dos donos. "Temos várias facilidades para eles", afirma.
Substituir os pagamentos por contas assinadas que são cobradas diretamente da empresa é uma delas. "Também mantemos contato diário com as secretárias deles, que fazem reservas e pedidos por telefone. Se for o caso, também enviamos as opções do dia por e-mail", conta Sahagoff.
No Ráscal que funciona dentro do shopping Market Place a nova aposta para atrair público é a disponibilização de tecnologia "wireless", que dá acesso à internet a partir de computadores portáteis.
"Fizemos parceria com uma firma de tecnologia, que instalou o sistema. O restaurante só arca com as despesas de acesso, que são relativamente baratas", avalia a gerente de marketing da rede, Luísa Bielawski, 26.
Ainda em fase de testes, os pontos "wireless" devem começar a operar na próxima semana. "Vamos verificar o retorno. Se der certo, devemos instalar a tecnologia em todas as unidades da rede", comenta Bielawski.



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