UOL


São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003


Próximo Texto | Índice

ESPECIAL

Franchising cresce 12% em receita

Luciana Cavalcanti/ Folha Imagem
Regina Marques, que abrirá farmácia para diabéticos, busca lustre especificado pelo franqueador


BRUNO LIMA
EDSON VALENTE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O faturamento do segmento de franchising brasileiro cresceu 12% no ano passado e chegou a R$ 28 bilhões, com 650 redes de franquias -90% nacionais- e cerca de 56 mil unidades franqueadas.
Os dados são de pesquisa anual do setor feita pelo Instituto Franchising e pela ABF (Associação Brasileira de Franchising), que promoverá em São Paulo entre os dias 4 e 7 de junho a ABF Franchising Expo 2003, o maior evento do mercado de franquias no país.
"Ficamos surpresos com esse desempenho, pois o ano passado foi difícil para a economia", diz a diretora-executiva da ABF, Anette Trompeter. De acordo com ela, como o crescimento do número de unidades foi de 10%, e o do faturamento, de 12%, a pesquisa indica que também houve aumento da receita individual das unidades. "É um bom sinal", afirma.
A pesquisa revela que as franquias de esporte, saúde e beleza ultrapassaram as de alimentação e são hoje as que mais faturam no país -tiveram receita de R$ 3,8 bilhões em 2002-, desconsiderando a categoria "Negócios e serviços", que reúne franquias que não se encaixam em um dos outros 12 segmentos do setor.
Até 2001, o setor de alimentação era o que mais faturava no país. Em 2002, mesmo com aumento de 9% em receita, perdeu o posto para a categoria "Esporte, saúde e beleza", que cresceu 16%.
Não houve diminuição de receita em nenhum segmento, de acordo com a pesquisa, mas categorias como "Hotelaria e turismo" e "Informática" perderam unidades franqueadas. "Hotelaria e turismo" teve o menor crescimento de receita (2%) e a maior perda de unidades franqueadas -foi de 312 para 184 (redução de 41%).
O presidente do Instituto Franchising, Marcelo Cherto, diz que a retração em alguns segmentos é momentânea. "Há opções em todas as áreas. É preciso analisar a oportunidade específica", afirma.

Baile
Mesmo com a indicação dos segmentos que mais crescem e mesmo se as redes derem descontos durante a ABF Franchising Expo, segundo consultores, feira não é lugar para fechar negócios.
"Se você vai a um baile e conhece uma moça, não a pede em casamento na hora, por mais bonita que ela seja. A feira é como um grande baile", compara Cherto.
A principal recomendação aos indecisos é visitar o evento com tempo e paciência. "É um garimpo. O estande mais bonito nem sempre é o mais profissional", afirma a consultora Ana Vecchi, da Vecchi & Ancona. "Os que estão na feira não são necessariamente os melhores", avalia.
Ela diz que esperar é um bom modo de saber se a rede tem estrutura para ser franqueadora. "Veja quanto tempo eles levam para entrar em contato. Se demorarem, é porque geraram demanda maior do que podem atender."
Na feira, muitas das redes podem não estar preparadas para vender. "Os franqueadores expõem mais para iniciar relacionamentos. A vantagem da feira é reunir várias oportunidades em um só ambiente", diz André Giglio, da Francap Franchising.

Sem garantia
Os consultores ressaltam também que estar na exposição não significa ter selo de garantia da ABF. Participar da feira como expositor, dizem eles, é só uma das opções que uma rede tem para buscar novos franqueados.
A feira ocorre há 12 anos, normalmente em junho. Em geral, as redes confirmam presença em março -desta vez, quase todo o espaço estava vendido em outubro de 2002. Com isso, os organizadores ampliaram a área de 11.000 m2 para 14.000 m2. "É sinal de que há expectativa de que o mercado continue em crescimento", afirma Trompeter.
O publicitário Wagner Ferrari, 45, que deixou o emprego no início do ano, planeja visitar o evento. Já entrou em contato com franquias de alimentação, cosméticos, vestuário, postos de gasolina, livrarias, informática e lavanderias, mas não decidiu o destino de suas economias. "Acho que fiz tudo ao contrário. Liguei para várias redes de franquias sem saber que tipo de negócio eu quero."
Além de buscar informações na feira, ele procurou uma consultoria. "Só tenho uma bala na agulha. Não posso errar o alvo", afirma.

Próximo Texto: Risco menor é o atrativo do sistema
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.