São Paulo, domingo, 25 de junho de 2006 |
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entrevista do mês EDUARDO FIGUEIRA Autor define três níveis de maturidade como método para otimizar distribuição de produto Largar empirismo é essencial para vender mais, diz especialista DA REPORTAGEM LOCAL
Toda empresa de itens populares sonha em ver seu produto
presente em todos os pontos-de-venda em que haja ao menos um consumidor disposto a
comprá-lo. Mas, se depender
do nível de conhecimento técnico das companhias, ainda há
muito chão pela frente. Sem
metodologia científica sobre
comercialização, elas não sairão do patamar onde estão.
"É muito comum encontrar o
rótulo e não o fundamento", diz
Eduardo Figueira, que lança,
no próximo dia 12, no Rio de Janeiro, o livro "Quer Vender
Mais?" (112 págs.; R$ 29), que
trata desse e de outros temas.
A seguir, trechos da entrevista em que Figueira fala da necessidade da substituição do
empirismo pela ciência do vender mais.
(ANDRESSA ROVANI)
FOLHA - Em seu livro, o sr. diz que a escala de produção das indústrias até a década de 90 era definida pela capacidade de fabricar, não pelo potencial de mercado. O que mudou? FIGUEIRA - Antigamente, a venda não era importante, o fundamental era fabricar. Hoje, a dificuldade é tirar o produto da indústria, há excesso de oferta. As empresas cresciam conforme o tamanho do bolso do dono. Ele nomeava aleatoriamente representantes pelo país. Mas, a partir do momento em que há grande concorrência e abundância de produtos, é preciso fazer força para vender. FOLHA - As pequenas tendem a ser mais empíricas na venda? FIGUEIRA - Quanto menor o negócio, mais empírico ele é. Normalmente, as empresas de produtos populares são montadas sobre redes de representantes, pessoas jurídicas espalhadas pelo país para vender. São milhares de profissionais que não tiveram escola de vendas, mas aprenderam de pai para filho. FOLHA - Empírico é sempre sinônimo de pouco competitivo? FIGUEIRA - Sim. Se nada for feito, as empresas continuarão a perder competitividade em relação à aplicação de metodologia científica em vendas. O relacionamento é arma importantíssima, mas não é a única. FOLHA - Por onde começar?
FIGUEIRA - A primeira regra é
conhecer bem o território.
Conseguimos agrupar essas
empresas de vendas em três níveis de maturidade [leia mais
no quadro ao lado]. Uma empresa com maturidade baixa
coloca toda a produção diretamente no atacadista, via representantes, e não tem nenhum
"feedback" de como esse produto é consumido. É cega. O
empresário mais imaturo parte
do raciocínio de que, quando
ele controla a venda por um representante pagando apenas a
comissão, ele paga apenas
quando vende e vende só quando paga. As firmas não sabem o
potencial que podem atingir e
colocam no mercado somente
o que o mercado absorve. |
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