São Paulo, domingo, 25 de julho de 2004


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CUSTO FIXO?

Reestruturações, controles e contratação temporária são saídas para reduzir os gastos

Senha é pensar despesa como variável

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Tratar custos fixos como despesas variáveis, condicionando-os à produção e às vendas, é o conselho dos especialistas para orientar os cortes de gastos na empresa.
"Os custos variáveis, em geral, as empresas controlam bem. Nos custos fixos é que elas se perdem", afirma Victor Eduardo Báez, consultor de reestruturação de empresas que se considera um "caçador de custos fixos". "A idéia é transformar o fixo em variável na cabeça das pessoas, para que relacionem gastos com resultados."
No caso de despesas como mão-de-obra, a opção é redesenhar a política de remuneração da empresa e criar cargos em que os ganhos sejam compostos por uma parcela de valores fixos e outra de variáveis, sempre atrelada ao cumprimento de metas.
O exemplo clássico é o do comissionamento dos vendedores, mas, de acordo com os especialistas, o mecanismo funciona para todo funcionário que atua na produção. Um engenheiro projetista, por exemplo, pode ter parte de sua remuneração dependente do cumprimento de prazos.

Sob controle
Mas como fazer para que gastos com telefonia variem conforme a produção? Além de recursos técnicos (veja quadro abaixo), anotar as chamadas e analisá-las no fim do mês dá uma noção da relação entre custos e resultados.
Em razão da demanda flutuante do negócio, a academia Team 1, em Cotia (SP), opta por contratar estagiários através do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) nos meses de pico.
"A academia é muito sazonal, "estoura" de agosto a novembro, depois o pessoal viaja e só volta após o Carnaval. No verão, "estoura" de novo e, em julho, fica tudo parado outra vez. Os estagiários vêm para aprender -não trabalham como professores, ajudam a conter a demanda", explica Sandra Cristina Keller, 35, sócia.
Ela também exige que todas as ligações feitas sejam anotadas em uma planilha, com o nome de quem ligou, o telefone e o nome do cliente contatado. A receita serviu para entender como variável o custo fixo com chamadas telefônicas e, claro, para poupar.
Aleatoriamente, a empresária checa a veracidade das informações. "Só o fato de haver um controle estimula a seguir a regra." A empresa também decidiu contratar um especialista para ajudar nos cortes. "Não quero correr o risco de errar", afirma Keller.
Com medidas simples como o levantamento dos endereços de todos os empregados e a realização de um roteiro de transporte, a rede de franquias Golden Services reduziu em pelo menos 20% seus gastos com vale-transporte.
Também modificou a forma de ligar para celulares -automaticamente, a chamada é originada também de um celular e fica mais barata do que se feita do fixo.
Outra opção para economizar são os escritórios terceirizados: a empresa pode começar seus negócios sem investir de cara em mobiliário e em infra-estrutura.


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