São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 2011


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FEIRAS

Parcela e desconto são armas de têxteis

Alta no preço do algodão obriga indústria e varejo a criarem estratégia para reter venda de artigos para o lar

ROSANGELA DE MOURA
ENVIADA ESPECIAL A BLUMENAU (SC)

Um tema dominou conversas nos corredores da Texfair Home, feira de produtos têxteis para o lar, realizada de 22 a 25 deste mês em Blumenau (SC): o preço do algodão.
Impulsionado pela crescente demanda chinesa pela matéria-prima e pela oferta restrita devido a safras de vários países prejudicadas por problemas climáticos, o preço da matéria-prima disparou -houve alta de 137% de janeiro de 2010 a janeiro de 2011-, o que fez com que fabricantes tivessem de repassar o aumento.
"Não acredito que, mesmo com a safra recorde estimada para este ano, o preço do algodão caia significativamente. O consumidor vai se adequar aos novos preços", diz Ulrich Kuhn, presidente do Sintex (Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau).
Nos estandes, porém, a discussão entre lojistas e expositores era por descontos.
"Os aumentos chegaram a 30% desde o fim de 2010", reclama Juliana Batella, 31, dona da Loja dos Retalhos, em Dracena (a 634 km de São Paulo). Para ela, a solução foi formar uma cooperativa, que hoje conta com empresas de 25 cidades da região, para negociar volume e preço.
Para o diretor comercial da Döhler, fabricante de produtos têxteis, a classe C não deixará de comprar produtos para casa, mesmo com o aumento. "O que vai acontecer é o consumidor parcelar em mais vezes a compra."
Mesmo com o repasse do aumento do custo da matéria-prima, os fabricantes têm de continuar a oferecer produtos com preços "mágicos" -como os de R$ 9,90-, segundo Alanir Correia, gerente de marketing da Santista, fabricante de têxteis. "Quando o valor é corrigido para R$ 12,90, a queda nas vendas chega a 30%", exemplifica.

A jornalista viajou a convite do Sintex


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