São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2004


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PEQUENAS NOTÁVEIS

Ter estande com mais destaque também pesa na decisão por feiras menores

Evento segmentado atrai pelo público

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Entre expor em um evento gigante, com recordes de visitação e alto investimento em marketing, e em um menor, menos famoso e com público fechado, os empresários de pequeno e médio porte têm optado pelo segundo.
Um dos motivos está na própria razão de participar de uma feira: a captação de novos negócios. Na dúvida, especialistas apontam os eventos de pequeno porte como uma das boas soluções para quem quer equacionar custo e benefício na hora de divulgar seu produto.
"Nem sempre o tamanho da feira representa o volume de negócios fechados", afirma Luiz Álvaro, gerente da unidade de acesso a mercados do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). "Muitas vezes, por serem mais segmentadas, elas se tornam as melhores opções."
O panorama desse mercado tem a segmentação como tendência, em contraste com a idéia de abrangência dos anos 80 e 90. Dados da Ubrafe (União Brasileira dos Promotores de Feiras) confirmam essa mudança. Enquanto em 1994, entre as cinco feiras com maior número de expositores, apareciam eventos mais abertos como a Fenasoft, que reúne empresas ligadas à informática, entre as cinco maiores de 2004 aparecem a Fispal Tecnologia e a Fispal Alimentos, que antes eram uma só e agora acontecem em datas diferentes, para públicos distintos.
Do lado dos pequenos, também há movimentação. Ainda segundo a Ubrafe, desde 1994, o mercado de feiras cresceu cerca de 300%. Estima-se que mais da metade delas seja de pequeno porte.

Destaque
Antes de se preocupar com o número de visitantes, o microempresário precisa conhecer o perfil da exposição. Em geral, nos pequenos eventos, há mais chances de o estande se destacar e de atrair exatamente aquele parceiro procurado para fechar uma proposta comercial. "Se for a primeira vez que a empresa vai participar de uma exposição, o mais aconselhável é que ela escolha uma de menor porte", diz o consultor.
O diretor do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo), Carmino Forcina, reforça: "Acontece de o empreendedor gastar uma fortuna para comprar um estande numa megaexposição e não ter produção suficiente para atender a um cliente acostumado a comprar em grandes quantidades".
A empresária Maria Cecília Guttilla, 39, dona da Intasiatta, que faz peças diferenciadas de cerâmica, é um exemplo de quem apostou no potencial da pequena feira. "Temos pouco dinheiro para investir nesse tipo de divulgação. E, num grande evento, é difícil competir com os estandes dos grandes expositores", justifica.
Neste ano, ela trocou a Casa Cor, mostra de arquitetura que reúne até 100 mil visitantes, pela Fiaflora, que deve receber metade desse público em setembro. Gutilla se arrependeu de participar de um dos mais prestigiados eventos na área de decoração do país sem verba suficiente para arcar com o custo do anúncio no anuário da mostra. "Foi bom expor minhas peças num dos ambientes da Casa Cor, mas faltou dinheiro para comprar um espaço no catálogo deles. Ou seja: quem gostou do que viu não teve como me localizar mais tarde."
Ao participar da FiaFlora no ano passado, a Intasiatta investiu cerca de R$ 3.500 e diz que até hoje recebe ligações de pessoas querendo fechar negócios. "O bom das pequenas feiras é que não vão aquelas pessoas que só querem saber de ganhar brindes", diz.


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