São Paulo, domingo, 29 de setembro de 2002


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CAPA

Comprador deve "bancar o detetive", estudar a documentação e os aspectos práticos do negócio

Burocracia exige atenção redobrada

FREE-LANCE PARA A FOLHA

IPTU, TLIF, Dipam, Rais, Serasa. Se você não tem familiaridade com essas e outras siglas administrativas, certamente irá precisar de ajuda especializada (advogados, auditores, corretores) na hora de adquirir um negócio pronto.
Os procedimentos burocráticos recomendados para quem quer minimizar o risco de ter más surpresas após adquirir uma empresa são complexos.
É preciso checar cada documento exaustivamente, requisitar certidões negativas de débitos nos órgãos fazendários do município, Estado e União, verificar livros contábeis e dívidas com fornecedores.

Investigação
Não basta ao comprador cercar-se de dezenas de papéis, achando que são toda a garantia necessária. Vendedores mal-intencionados podem "maquiar" os documentos e impulsionar artificialmente o faturamento.
Cabe também ao interessado "pôr as mãos na massa", visitar a vizinhança do ponto comercial, entrevistar moradores, fornecedores, concorrentes -enfim, angariar o maior número possível de informações sobre o negócio que está prestes a adquirir.
Outra recomendação é passar 30 dias dentro da companhia visada, atrás do balcão, verificando a movimentação real e registrando o nível de satisfação dos clientes. Novamente, há armadilhas: preste atenção para saber se o fluxo de clientes não é artificial, de amigos e parentes do vendedor.
"Também é possível reter uma parte do pagamento -cerca de 20%- por um período acordado. O dinheiro é entregue depois de o negócio mostrar-se saudável", aconselha o presidente do Instituto Franchising, Marcelo Cherto.

Localização
Osvaldo Prior, 44, passou por duas experiências antagônicas na aquisição de um ponto comercial instalado. Na primeira, fracassou. Há cerca de três anos ele se juntou a um sócio para comprar um bar falido e montar outro no lugar. Durou apenas dez meses.
Não houve dificuldades com dívidas "herdadas" ou antigos credores. As dificuldades vieram da falta de planejamento.
"Foram problemas de administração e de má localização. [O bar" ficava em uma esquina, era pouco visível, não havia investimento em promoção e as obras custaram mais do que o previsto."
Com a experiência adquirida, Prior inaugurou outro bar, o Praia de Assados. Sua primeira providência foi desvincular a imagem do negócio anterior da imagem do novo. "Antes era um lugar escuro. Agora é iluminado, voltado para comida assada", declara.


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