São Paulo, domingo, 29 de setembro de 2002


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GESTÃO

Cadeia de fornecimento na qual os participantes troquem dados e entendam seu papel permite sucesso de todos

Parceiros ajustados evitam desperdício

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma cadeia de fornecimento eficiente permite que sua empresa economize dinheiro e tenha melhores resultados. Para chegar a isso, é preciso coordenar de modo sincronizado as ações de todos os parceiros -fornecedores, distribuidores e consumidores.
"O segredo é usar mais os fluxos de informação do que os físicos", diz Hau Lee, professor de administração, operações e tecnologia da informação da Graduate School of Business, da Universidade Stanford, e especialista em supply-chain management (gestão da cadeia de fornecimento).
Ele cita como exemplo fabricantes de computador, que não precisam mais enviar produtos prontos para os distribuidores. "Mandam as peças para os distribuidores montarem o produto conforme a demanda, diminuindo custos de transporte e de armazenagem, além da obsolescência."
Para ele, os componentes desse tipo de cadeia de suprimento dividem informações sobre demanda, decisões e performances e também reconhecem que o sucesso de um é o sucesso de todos.

Medindo o consumo
É o intercâmbio de informações que permite, por exemplo, que uma empresa saiba de seus consumidores a procura exata por produtos, evitando erros fatais como superestimar ou subestimar a capacidade produtiva.
A maneira de colocar isso em prática está ligada ao desenvolvimento tecnológico, o que exige grandes investimentos das companhias. Mas a atualização tecnológica não é o único desafio.
Ele destaca o fato de que as informações sobre a gestão das empresas parceiras nem sempre são exatas ou estão disponíveis a tempo. Outro problema é fazer com que empresas de diferentes áreas trabalhem juntas, o que significa colocar em prática complexas mudanças organizacionais.
"É muito comum que pessoas com interesses diferentes atrapalhem o trabalho em uma cadeia de suprimentos", comenta.
Mesmo com tantos desafios, Lee diz que as pequenas e médias empresas também fazem parte desse cenário. "Algumas podem não ter o mesmo nível de recursos, conhecimento ou experiência em gerenciar uma cadeia."
O conselho que ele dá aos menores é que tirem vantagem da experiência das empresas líderes, trabalhando com parceiros maiores para se inserirem nos ciclos de inovações deles e se atualizarem.
Lee avalia que as empresas latino-americanas estão se transformando em parte "crítica" das cadeias de suprimentos de muitas multinacionais. "As companhias da região devem estar conscientes de que podem complementar ou brecar a cadeia global de suprimentos", afirma.
Portanto, na sua opinião, as empresas não podem estar preocupadas somente em como ser mais competitivas em suas áreas específicas de negócio, mas em como elas estão agregando valor à cadeia de suprimentos.
"Precisam entender melhor como funcionam seus fornecedores e seus clientes, para encontrar soluções que ajudem a melhorar seus processos e custos e os de seus parceiros, com maiores benefícios para elas e para toda a cadeia." (GIOVANA TIZIANI)


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