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Os 50 anos de James Bond

Por JULIE LASKY

Bond -"my name is Bond, James Bond"- é impassível. Na realidade, ele é feito de cera. Encarnado numa estátua de Sean Connery encostado num Aston Martin DB5, ele está na entrada de "Designing 007: Fifty Years of Bond Style", uma mostra aberta recentemente no Barbican Centre em Londres.

A exposição inclui figurinos e acessórios de 23 filmes, desde "007 Contra o Satânico Dr. No" (1962) até "Skyfall", o mais recente, que estreia nos EUA em novembro deste ano.

Ab Rogers, designer da mostra, conta que tentou criar um contexto com significado para alguns dos 400 objetos tirados dos filmes.

P. Me leve num tour, por favor.
R. A mostra está disposta em várias salas, cada uma com sua escala própria. As salas tratam de temas que aparecem em toda a franquia: ouro, gadgets, cassinos, locações exóticas, vilões e enigmas, palácios de gelo e dry martinis. Você entra pelo cano da arma de Bond na Sala do Ouro, que mostra 007 e o ouro em uma série de filmes. É difícil brincar com ouro e não criar algo kitsch ao extremo.

P. Nessa sala há uma réplica em tamanho natural da mulher pintada de ouro de "007 Contra Goldfinger". Soa bem kitsch.
R. Ela morreu pelo uso de ouro. Há cinismo demais ali para que possa ser kitsch.
A partir dessa sala você chega a uma salinha envolta em feltro, uma reprodução da sala de trabalho de Ian Fleming, inspirada na vida dele na Jamaica. A sala está cheia dos sons de uma máquina de escrever e de pássaros. A partir dela passamos para a sala de trabalho de M, entre o início dos anos 1960 e 2012.
Depois disso vem o laboratório de Q, com dezenas de aparelhos eletrônicos originais dos filmes e desenhos de gadgets empilhados do chão ao teto.
Em seguida você entra num cassino que parece uma catedral. E depois vem a seção das locações, onde usamos um azul claro que representa o céu, o mar e também a sunga de Daniel Craig.

P. Você assiste ao seriado de TV "Mad Men"? A última temporada teve o tema "Com 007 Só Se Vive Duas Vezes". No início dos anos 1960 a sofisticação era celebrada.
R. O que eu acho fascinante em James Bond é que ele era arrogante, cheio de autoconfiança e mulherengo, mas era também um personagem incrivelmente sofisticado que conhecia tudo, desde vinho até diamantes ou chá. E tratava as mulheres muito mal. Quando tentaram torná-lo politicamente correto, durante a breve carreira de Timothy Dalton, foi um desastre.

P. Yocê descreve a exposição avançando mais ou menos como Bond avança ao longo de um filme, indo do escritório de M para o laboratório de Q e depois para locações estrangeiras exóticas. Onde ela termina?
R. O espaço final da exposição é o Palácio de Gelo, onde o foco é sobre cenas de ação em grande escala e onde há toda uma série de figurinos, filmes e acessórios. E depois você tem que encerrar a visita no bar criado especialmente para a mostra, embebedando-se com muitos martinis -batidos, não misturados.

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