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Vice-presidente gosta do corpo a corpo eleitoral

Por TRIP GABRIEL

MANCHESTER, New Hampshire - Sempre que sua comitiva faz uma parada imprevista, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, vai para cima dos eleitores.

No último dia 22, em frente ao restaurante Airport Diner, aqui em Manchester, Biden apertou a mão de Samantha Mullin, enquanto afagava seu antebraço esquerdo. Olhou-a nos olhos e tocou seu rosto.

O encontro não durou mais do que 30 segundos e Biden então passou ao eleitor seguinte.

Num colégio, ele havia reagido a uma pergunta da professora Kayleigh Durkin, 26, puxando-a para o centro de um círculo de alunos, onde continuou segurando a mão dela.

Foi desconfortável? "Não, eu estava emocionada demais", disse Durkin depois. "Adoro ele."

A enfermeira Christina Funk, 29, contou sobre um encontro recente em Wisconsin. "Eu estava fora da minha zona de conforto, mas não desconfortável", disse Funk, que se emocionou ao ouvir Biden lhe falar sobre a importância das enfermeiras.

"A linguagem corporal dele -encarando-me com as duas mãos sobre os meus ombros, ficando cara a cara mais ou menos a apenas 1,5 polegada [3,8 cm] do meu rosto, e com um contato visual incessante-, combinada com a sinceridade genuína das suas palavras, [...] trouxeram lágrimas para o meu rosto", disse Funk.

Esse estilo antiquado de Biden acaba sendo adequado a uma época em que uma foto pode se espalhar pelas redes sociais, passando a impressão de que alguns políticos são gente como a gente.

No começo de setembro, a imagem do dono de uma pizzaria erguendo o presidente Barack Obama do chão ricocheteou pela internet.

Já o candidato presidencial republicano, Mitt Romney, raramente aparece em público de surpresa, reforçando um tema que o persegue na campanha -a falta empatia com as pessoas comuns.

Mas o estilo familiar de Biden também pode colocá-lo em apuros. Em agosto, por exemplo, ele foi acusado de insensibilidade ao se apresentar como "Joe Bidenopoulos" para um grupo de eleitores de origem grega.

Mas ele procurou colocar tudo em pratos limpos ao promover novos encontros com outros greco-americanos aqui.

Comentando sua visita ao café Mocha House, em Warren (Ohio), ele contou que um dos três gregos mais velhos no local lhe disse: "Me disseram que você é grego".

"Eu disse 'Meu nome é Joe Bidenopoulos' porque ele havia acabado de dizer isso", afirmou Biden, acrescentando que a imprensa distorceu a frase, acusando-o de se fingir de grego.

O braço dele envolvia os ombros de Marika Spirou, casada com Chris Spirou, ex-dirigente democrata em New Hampshire.

Spirou disse depois que o gesto foi respeitoso. É "muito normal" que os gregos demonstrem fisicamente o afeto pelos amigos, segundo ela. "Somos muito do toque, muito emotivos."

Foi o marido dela que, vendo esses traços em Biden anos atrás, passou a chamá-lo de Joe Bidenopoulos.

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