São Paulo, segunda-feira, 04 de julho de 2011

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Avião russo conhecido por suas falhas

Por ANDREW E. KRAMER

MOSCOU - Em abril, um vídeo amador de um jato Tupolev Tu-154 voando baixo sobre uma cidade circulou na internet, e a aeronave ficou conhecida como o "avião dançarino", pois os movimentos realizados pareciam que dançava uma valsa no ar -por causa de uma falha no equipamento. O avião que os pilotos conseguiram pousar com segurança estava sendo levado para uma oficina e, felizmente, não transportava passageiros.
Tal episódio proporcionou mais um capítulo -e, dessa vez, sem resultar em sofrimento- para uma longa e horripilante história de desastres envolvendo os jatos russos Tupolev. A queda de um Tupolev-134 no dia 20 de junho causou a morte de 44 pessoas no norte da Rússia.
O barulhento avião continua sendo presença constante no céu russo, 27 anos após o último Tupolev-134 deixar a linha de montagem.
No entanto, se esses aviões não fossem banidos no resto da Europa por causa do barulho, quase certamente seriam banidos devido ao histórico preocupante de segurança.
Partes do trem de pouso já chegaram a cair após a decolagem. O sistema elétrico em um Tupolev deu pane no meio de um voo sobre o Ártico no verão passado, o que obrigou o piloto a pousar em um aeroporto abandonado em uma floresta remota. Em duas ocasiões, os para-brisas dos aviões racharam durante a decolagem.
Em dezembro, um Tupolev vintage fez um pouso deslizando na pista de um aeroporto de Moscou depois de uma falha total no motor, derrapando na pista e rachando, o que causou a morte de três passageiros. Um mês depois, o motor de um Tu-154 explodiu na pista de um aeroporto da cidade de Surgut, matando mais três pessoas.
Aeroflot, embora seja a companhia aérea da Rússia, aposentou sua frota desses jatos problemáticos após três acidentes com Tupolev em outras companhias aéreas matarem 400 pessoas na Rússia e na Ucrânia em 2006. O Irã fez o mesmo com sua frota de Tupolev-154 em fevereiro deste ano, pois um deles pegou fogo na pista após pouso de emergência e outro caiu durante voo para a Armênia.
Ainda assim, autoridades de aviação das ex-nações soviéticas insistem que seus aviões civis são tão seguros quanto os ocidentais.
Um total de 1.728 Tupolev-134 e Tupolev-154 juntou-se à frota soviética, principalmente nas décadas de 1970 e 1980. Desses, 94 foram destruídos em acidentes, segundo a Ascend, uma consultoria com sede em Londres que presta serviços para a indústria de seguros -mais de 5%. Aproximadamente 3% dos 7.280 aviões Boeing 737 monitorados foram perdidos em acidentes.
Após a quase tragédia do "avião da dança", o general da Força Aérea russa, Aleksandr Zelin, disse que "o avião se comportou daquela forma, pois seu sistema de controle falhou", a agência de notícias RIA informou.


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