São Paulo, segunda-feira, 08 de agosto de 2011

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Em vez de chave, um aplicativo

Smartphones que ligam carro e abrem portas da residência

Por MATT RICHTEL
e VERNE G. KOPYTOFF


SAN FRANCISCO - Os bolsos e as bolsas estão deixando de ser ocupados por uma das ferramentas mais duradouras da civilização: a chave, que está dando lugar ao telefone celular.
Novas tecnologias permitem que smartphones destranquem portas de hotéis, escritórios e casas, abram portas de garagens e até mesmo de carros. Trata-se de uma prima não muito distante da tecnologia com a qual controles remotos destrancam carros à distância ou cartões-chaves são movimentados diante de displays eletrônicos nas entradas de escritórios.
Várias start-ups (empresas recém-criadas), fabricantes de fechaduras e montadoras de carros estão apostando na aceitação ampla da tecnologia. A Schlage, grande fabricante de fechaduras, vende um sistema que permite que o usuário use seu celular para destrancar a porta de casa quando ainda está a quilômetros de distância, além de administrar o aquecimento e ar condicionado da casa, as luzes e as câmeras de segurança. As fechaduras são controladas por sinais de rádio sem fio enviados de um aparelho conectado à internet na casa.
A Zipcar, um serviço de partilha de automóveis, tem um aplicativo com o qual os usuários podem destrancar as portas dos seus carros, apertando um botão com aparência de fechadura na tela dos seus telefones. O aplicativo foi introduzido dois anos atrás e já foi usado 250 mil vezes. A Daimler-Benz emprega a tecnologia em seus Mercedes.
Em outubro, a General Motors lançou um aplicativo com o qual os donos da maioria dos modelos 2011 da empresa podem ligar os motores dos carros à distância, além de trancar e destrancar as portas.
Mas, para ele, ter um telefone que abre as portas de casa ou liga o carro ainda não parece ser seguro.
"Você não vai querer descobrir que a bateria está baixa e que não consegue ir a lugar algum."
Analistas do setor de telefonia disseram que o processo ficará mais fácil com o surgimento de uma tecnologia chamada "comunicações em campos próximos" (NFC, na sigla em inglês).
Com ela, um telefone poderá ser acenado, como se faz com um cartão magnético, perto de um aparelho que poderá captar seu sinal e fazer a porta abrir. Hoje, a NFC está presente em poucos telefones, mas, em 2015, os fabricantes devem vender cerca de 550 milhões de telefones com a tecnologia.
Uma vantagem dela é que as chaves podem estar prestes a desaparecer. A Apigy, uma start-up de Palo Alto, na Califórnia, está vendendo seu sistema Lockitron para empresas que usam profissionais temporários e para pessoas que alugam imóveis nas férias.
Joey Mucha, 24, instalou um sistema Lockitron em seu apartamento em San Francisco no ano passado. Ele gastou US$ 300 com o sistema e US$ 40 para substituir fechadura e maçaneta anteriores da porta. Mucha disse que a despesa valeu a pena, já que ele usa um serviço na internet, Air-bnb, que o ajuda a alugar seu apartamento.
Ele eliminou a inconveniência de fazer cópias das chaves. Em lugar disso, emite senhas temporárias que garantem a entrada no apartamento. Uma vez, abriu sua porta para um hóspede quando ele próprio estava num campo de golfe no Arizona, a centenas de quilômetros de distância.
Mucha disse que enfrenta problemas ocasionais, como o de um hóspede cujo celular ficou sem bateria.
"Estou tentando encontrar um plano de backup", comentou. "Talvez eu deixe um carregador de celular na delicatessen da esquina."


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