São Paulo, segunda-feira, 14 de junho de 2010

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Chapéus de ex-advogada fazem a cabeça de quem está na moda

Por GISELA WILLIAMS
A estilista alemã de chapéus Rike Feurstein tem o tipo de história com a qual a maioria dos iniciantes só pode sonhar. Certo dia, no inverno de 2007, quase um ano depois de ter inaugurado seu pequeno ateliê em Berlim, Feurstein estava em Nova York e entrou na loja Barneys. Estava usando seu chapéu Faye, um modelo clássico, grande, em estilo de boné de ferroviário, feito de fios espessos de lã.
O chapéu chamou a atenção de um gerente da loja, que observou com entusiasmo o álbum de fotos de modelos que Feurstein carregava; em 48 horas, a estilista já tinha recebido uma encomenda da Barneys.
"E eles continuam encomendando meus produtos desde então", disse Feurstein, 39, sentada em um banquinho nos fundos de sua loja, no bairro de Mitte. Esbelta e loira, ela usava um vestido púrpura da finlandesa Ivana Helsinki. Formas de madeira para chapéus e caixas de tecidos coloridos a cercavam.
A Barneys compra muitos chapéus de lã, ela disse, em referência à sua coleção de chapéus como o Faye, feitos artesanalmente com uma técnica patenteada de crochê.
"Registrei alguns dos estilos que uso", disse ela, que até 2004 era advogada e gerente de investimentos. "No mundo dos chapéus, é vantagem ser advogada."
Feurstein fez seu aprendizado trabalhando em duas chapelarias famosas: a de Rose Cory, de Londres, que fez chapéus para a rainha Elizabeth 2a, e a Suzanne Couture Millinery, de Nova York. Feurstein absorveu as técnicas tradicionais, mas não demorou a mexer nos modelos clássicos, tornando-os mais estruturados e minimalistas.
Ela planeja cada chapéu como uma escultura, moldando uma forma em argila ou gesso e a copiando em madeira. A forma é usada como molde para o formato de chapéus de pele, palha ou feltro.
A despeito do artesanal de seus produtos, até mesmo os chapéus de lã parecem elegantes e contemporâneos.
"É fascinante, porque vejo os chapéus dela como modernos e arriscados, mas ela usa materiais e técnicas macios, caseiros", diz Gretta Van Leuves, compradora da Barneys. "As peças que ela cria têm uma estética moderna; não parecem feitas em casa e nem têm cara de chapéus de vovó".
Os chapéus, como o Heather, um modelo Fedora, e o Lou, um chapéu coco, parecem ter o poder de cruzar fronteiras. Em novembro de 2008, Janet Jackson foi fotografada usando um Heather em um evento de gala em Dubai. Na revista "Vogue" do mesmo mês, Reese Witherspoon usava um Lou de look absolutamente clássico. Mais recentemente, o estilista de Heidi Klum encomendou uma dúzia de chapéus para um episódio de "Germany's Next Top Model".
Outra fã entre as celebridades é Rihanna. A estilista da cantora, Muriel Haenn, diz que "os chapéus são bonitos, mas também ousados. Pode-se usá-los com um vestido longo ou com um jeans e camiseta".


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