São Paulo, segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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Empresários estressados aprendem a relaxar

Por CAITLIN KELLY

Para muitos donos e funcionários de pequenas empresas nos EUA, os tempos são difíceis. Com o acesso restrito ao crédito, consumidores e empresários estão cancelando ou adiando grandes projetos e aquisições. Isso significa que os proprietários têm de trabalhar muito mais para manter suas empresas em funcionamento. E, quanto mais durar a recessão, maior será o preço que ela vai cobrar do bem-estar e maior a necessidade de combater o estresse.
Lee Sellenraad, diretor de desenvolvimento de projetos na construtora comercial Barton Malow, de Ann Arbor, Michigan, disse que seu sentido de história o acalma. Sua companhia, com 1.700 funcionários, trabalha em todo os EUA só em projetos comerciais de valor superior a US$ 10 milhões. Enquanto alguns setores -como a construção de usinas energéticas- estão florescentes, outros não. Sellenraad disse que sobreviveu a tempos mais difíceis quando, em 2004, passou um ano inteiro sem renda.
"Meu pai cresceu na Holanda durante a Segunda Guerra Mundial, e minha mãe era holandesa", ele disse. "Eles estavam acostumados a uma vida se escondendo dos alemães, alimentando-se de bulbos de tulipas. Sua experiência me dá uma certa perspectiva."
Para relaxar, disse Sellenraad, ele vê seu filho de 18 anos jogar beisebol, passeia pelo bairro com a mulher e faz musculação.
Diane Slovak, engenheira em Connecticut, diz que precisa escapar de vez em quando de uma de suas obras para ir até um campo de tiro perto de sua casa. "Ir até lá e me concentrar em um pequeno pombo de gesso com 15 centímetros de diâmetro que voa a 60 quilômetros por hora é a melhor terapia", disse Slovak.
"Você não pensa em mais nada e, quando sai de lá, se sente revigorada", ela disse. "Disparo 50 a 100 tiros só para limpar a cabeça e colocar um sorriso no rosto. Então posso voltar, pronta para enfrentar qualquer situação."
Bruce Woolf, dono da Quake Road Associates, empresa de construção e reformas em Chappaqua, perto de de Nova York, teve de demitir 5 de seus 10 funcionários em tempo integral e perdeu 40% de suas obras. Ele aguarda ansiosamente seu jogo de pôquer mensal com oito amigos próximos, de 40 a 60 anos, vários dos quais também têm pequenas empresas.
"É muito divertido", ele disse. "Durante seis horas em uma noite de sexta-feira, nós praticamente esquecemos tudo sobre o mundo. Realmente ajuda."
Diante dos muitos desafios de dirigir uma empresa na recessão, "é uma questão de vida ou morte" monitorar e mitigar os efeitos da ansiedade relacionados ao trabalho, diz Carol Scott, médica de pronto-socorro que também ajuda donos e funcionários de empresas a administrar o estresse.
Os donos de pequenas empresas, muitos dos quais realizados e motivados, tendem a negligenciar a própria saúde na luta para encontrar e manter clientes, ela disse. "Você cancela a consulta médica e deixa de ir à academia. De repente despenca e não sabe por quê."


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