São Paulo, segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

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Cartas ao International Weekly

“O lado estranho da ciência”

A resposta à “singularidade” (coluna Lente, 13 de dezembro) —o ponto em que os computadores ganham autoconsciência, ficam superinteligentes e podem atuar por conta própria— não seria simplesmente desligá-los da tomada?
Niall O’Connor
Maidenhead, Reino Unido

“O gene de Deus”

Em “Deus – Um Delírio”, Richard Dawkins apresenta uma hipótese mais plausível que um “gene de Deus”, matéria de capa da edição internacional semanal do “New York Times” (23 de novembro). Dawkins sugere que temos um gene da “crença” —isto é, se formos programados desde o nascimento para acreditar em coisas, especialmente quando somos pequenos.
Ele argumenta que crianças que acreditaram sem questionar em afirmações de seus pais como, por exemplo, “se você comer aquela frutinha vermelha, morrerá” ou “aquele animal é perigoso” têm chances maiores de sobreviver para se reproduzir do que têm as crianças céticas, que sentem necessidade de experimentar para ver se a frutinha é de fato venenosa.
Diferentemente de um gene que faria as pessoas acreditarem em deuses, que pode ou não proporcionar uma vantagem em termos de sobrevivência, um gene que leva crianças a acreditar no que seus pais lhes dizem deve garantir tal vantagem. Dawkins argumenta ainda que, quando a noção de deuses primeiro apareceu, o “maquinário” necessário para acreditar neles já existia. Assim, não é preciso nenhum “gene de Deus” para acreditar em deuses, apenas um gene que predisponha as pessoas a acreditar sem questionar.
Steven Sabotta
Japão

“Brasil, a nação do improviso”

Marcelo Tas, ou será agora, Marcelo Times? Parabéns pelo artigo e por estar no “New York Times”. Na empresa que trabalho, as gambiarras são carinhosamente chamadas de “gambi” e totalmente incorporadas ao vocabulário corrente. “Faz uma ‘gambi’ aí, meu”. “Fiz uma ‘gambi’”. Em inglês há o termo “temporary bypass”, que é superelegante e pode até parecer sério. Sabemos que qualquer solução temporária acaba durando muito mais que o planejado ou que o desejável! Há outro termo em inglês que é “Mickey Mouse Job”, que significa trabalho porco, mal-feito —não é realmente o que nossas “gambis” são.
George Lacombe
Campinas (SP)

Parabéns por ter reconhecido o talento de Marcelo Tas, jornalista que é muito admirado no Brasil. Sua coluna no suplemento semanal do “New York Times” é motivo de orgulho para outros brasileiros.
Ana Paula
Rio de Janeiro

“Inércia é a melhor resposta à inércia”

A coluna Inteligência assinada por Roger Cohen na semana passada, sobre o Irã, foi interessante, mas deixou a desejar. Deixar a população iraniana sozinha, impotente contra a ditadura, contra a ameaça de repressão ou prisão —não é assim que se constrói o futuro. Existem maneiras, que não sejam o confronto, que poderiam acelerar a queda desse regime que o Ocidente permitiu que crescesse em seu meio.
É certo que a assistência direta à população iraniana, por todos os meios apropriados, promoveria a ascensão de um regime mais justo e menos repressor. O Ocidente sabe como fazer isso muito discretamente, quando se decide a fazê-lo. Mas ainda será preciso a vontade política e financeira de levar isso adiante.
Rimey-Maurivard
França



Cartas de leitores de todo o mundo são ocasionalmente publicadas no suplemento “New York Times”. Leitores da Folha podem enviar seus comentários para nytweekly@nytimes.com


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