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Gelo fornece pistas sobre o Sistema Solar
A calota de gelo da Antártida continua, em larga medida, intocada, limpa e muito
fria.
E essa é a perfeita combinação para os cientistas que desejam extrair partículas
não danificadas, criadas bilhões de anos atrás, nos primeiros dias de nosso
Sistema Solar.
"A questão mais profunda é determinar como o Sistema Solar foi formado, e, para
resolvê-la, é preciso ter no laboratório material que não tenha mudado em 4,5
bilhões de anos", disse Jean Duprat, cientista que pesquisa espectrometria
nuclear e de massa na Universidade de Paris.
Duprat escavou a neve da Antártida e, nas amostras de núcleo recolhidas,
identificou duas partículas, cada qual com um centésimo de mícron de tamanho,
que atendiam às suas necessidades.
Devido à profundidade na qual as partículas foram encontradas, cerca de 3,5
metros, eles puderam estimar que elas foram depositadas na Terra entre 1955 e
1970. Ao estudar as moléculas e os minerais das partículas, as quais, embora
minúsculas, oferecem material suficiente para análise, os pesquisadores foram
capazes de determinar que os sedimentos se formaram bilhões de anos atrás. Seu
estudo foi publicado no "Journal of Science".
Duprat analisou também a composição química do material e determinou que esta é
semelhante à de restos deixados por cometas, entre os quais o Halley.
Os grãos podem ter idade semelhante à do Sol, disse Duprat.
SINDYA N. BHANOO
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