São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2009

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Grampo, gastos e assédio

No dia 24, o jornal acertou ao usar o adjetivo "suposto" em referência ao célebre grampo contra o presidente do STF. Mas, quando o tema era manchete diária, não foi cauteloso. Não demonstrava dúvida sobre o "grampo ilegal".
Esse episódio, em que o jornal embarcou acriticamente em informação sem a ter obtido ou comprovado autonomamente, deveria servir para estabelecer determinação pétrea: nenhuma informação exclusiva revelada por outros pode ser considerada verdadeira sem confirmação própria.

 

Na quinta, o jornal deu manchete para a ampliação de R$ 873 milhões em gastos sociais do governo federal. Ressaltou ter ocorrido um dia após cortes no Orçamento de R$ 37 bilhões, que não estiveram na capa de quarta.
Se o que envolvia valores maiores não era relevante para a primeira página, por que 3% deles foram manchete? Havia assuntos mais importantes, como os entraves a importações e o pacote econômico de Obama.
 

Minha primeira reação ao artigo de Roger Abdelmassih na página A3 de quarta foi positiva. Achei que era garantia do direito de defesa.
Cartas de leitores que o criticavam me mudaram a opinião.
O espaço de "Tendências/ Debates" é para discutir ideias, não para tratar de crimes comuns. O artigo não analisa o tema do assédio sexual, só defende um acusado de tê-lo cometido.
O jornal já lhe vinha dando espaço nas reportagens. Se queria dar mais, deveria tê-lo entrevistado.


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