São Paulo, domingo, 04 de novembro de 2001

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Surgiram nos últimos dias os primeiros protestos mais abertos contra as detenções de "suspeitos" de ligação com terrorismo nos EUA.
Mais de mil pessoas estão detidas há semanas, sem que o governo explique os motivos ou, ao menos, revele suas identidades.
Apenas três delas, até o momento, tiveram explicitados os motivos de sua prisão.
As atitudes adotadas por Washington contra as "liberdades civis" a pretexto de combater apoiadores de Osama bin Laden ou outros grupos começam a preocupar, cada vez mais, entidades defensoras dos direitos humanos.
A imprensa noticiou no dia 30, por exemplo, que o governo norte-americano quer restringir a concessão de vistos para estudantes estrangeiros no país. A Folha trouxe reportagem a esse respeito.
A julgar pelo que publicou o "New York Times" sobre o assunto, porém, os leitores brasileiros -e não apenas os da Folha- ficaram sabendo apenas de uma parte das decisões tomadas pelo governo daquele país.
O texto do diário americano ("Bush announces a crackdown on visa violators", algo como "Bush anuncia cerco a violadores de vistos") afirma que a decisão do presidente George Bush é de apertar o cerco contra todos os imigrantes que estejam com vistos vencidos ou em situação irregular -até mesmo, mas não só, estudantes.
O objetivo, ainda segundo o jornal, seria impedir que novos ataques terroristas sejam cometidos por estrangeiros no território dos EUA.
Se essa informação se confirmar, centenas de milhares de brasileiros poderão ter sua permanência naquele país interrompida ou ameaçada.
O mínimo que os jornais deveriam fazer, no Brasil, seria voltar ao assunto, para esclarecimento.


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