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Favela não é caso de polícia
Há assuntos policiais que são episódicos: ocorrem, viram notícia por
qualquer razão e acabam. E há os
que decorrem de situações estruturais (sociais, urbanísticas, econômicas) e vão se repetir com gravidade e
abrangência crescentes enquanto
elas perdurarem.
Um jornal popular pode concentrar seus esforços naqueles. Um jornal de referência deve tratar pelo
menos prioritariamente destes.
Nesta semana, a Folha esteve
cheia de casos policiais episódicos
(menina cai de prédio, mulher de
boxeador é presa, ventania deixa
desaparecidos, ossos roubados,
Mercedes furtada é abandonada).
Na segunda e na quarta, tratou de
casos "estruturais", que envolviam
duas favelas de São Paulo. Mas quase como se fossem dos outros. Não é
assim que devem ser as coisas.
As favelas nas grandes cidades
brasileiras precisam ser examinadas
a fundo para que mudem e melhorem. Não podem mais ser tratadas
pelo jornal como "caso de polícia".
O jornalismo tem obrigações sociais e políticas das quais não pode
abrir mão. Se mais não fosse, por
mero interesse próprio. É do cumprimento dessas responsabilidades
que depende a sua sobrevivência.
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Carlos Eduardo Lins da Silva é o ombudsman da Folha desde 22 de abril de 2008. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
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