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Espaço e erros
A reforma gráfica iniciada
pela Folha no dia 21 de maio
suscitou, por parte de diversos
leitores, duas questões que eu
não tinha condições de responder na ocasião. A primeira
referia-se a erros de português. Muitos leitores manifestaram a impressão de que os
erros tinham aumentado com
a reforma. A outra questão era
relativa ao espaço destinado
ao noticiário. Muitos temiam
que fosse encolher.
Esperei terminar maio e junho para obter material para
uma avaliação.
Erros
Houve realmente um aumento de erros de português,
digitação e padronização logo
após a implantação da reforma gráfica, provavelmente
provocado pela mudança de
rotina no fechamento do jornal. Mas em junho a incidência de erros caiu, embora permaneça alta.
O jornal cometeu em maio
uma média de 0,76 erro de
português por coluna de texto.
Isso eqüivale a aproximadamente 4,5 erros numa página
de notícias sem anúncio. Foi
um aumento de 12% em relação a abril e de 13,5% em relação a maio do ano passado.
Em junho, o índice caiu para
0,64 erro por coluna, 3,8 erros
por página, a segunda melhor
marca do ano, acima apenas
de 0,58 de fevereiro. O índice
de junho representou uma
queda de 16% em relação a
maio e de 8,5% em relação a
junho do ano passado.
Páginas
O jornal já havia admitido
que a reforma roubou 1% de
texto noticioso e até 20% de
texto em colunas de opinião. A
minha preocupação era saber
se o jornal tinha aproveitado a
reforma para cortar páginas
de notícia. Isso não ocorreu.
Em maio, o jornal teve 11,2%
a mais de espaço noticioso em
relação a abril e 4,6% em relação a maio do ano passado. Em
junho, teve mais 1,3% de páginas de notícias em relação a
maio (o mesmo volume, praticamente) e 6,6% a mais do que
em junho do ano passado.
Vale lembrar que o jornal teve de garantir espaço em maio
para a cobertura da crise de segurança pública (PCC). Em junho, todas as editorias foram
sacrificadas para aumentar
páginas para a cobertura da
Copa.
Conclusões: houve, de fato,
um aumento de erros de português logo após a reforma
gráfica, mas em junho o índice
caiu; e até agora, o jornal não
diminuiu o número de páginas
de notícias.
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