São Paulo, domingo, 23 de julho de 2006

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Espaço e erros

A reforma gráfica iniciada pela Folha no dia 21 de maio suscitou, por parte de diversos leitores, duas questões que eu não tinha condições de responder na ocasião. A primeira referia-se a erros de português. Muitos leitores manifestaram a impressão de que os erros tinham aumentado com a reforma. A outra questão era relativa ao espaço destinado ao noticiário. Muitos temiam que fosse encolher.
Esperei terminar maio e junho para obter material para uma avaliação.

Erros
Houve realmente um aumento de erros de português, digitação e padronização logo após a implantação da reforma gráfica, provavelmente provocado pela mudança de rotina no fechamento do jornal. Mas em junho a incidência de erros caiu, embora permaneça alta.
O jornal cometeu em maio uma média de 0,76 erro de português por coluna de texto. Isso eqüivale a aproximadamente 4,5 erros numa página de notícias sem anúncio. Foi um aumento de 12% em relação a abril e de 13,5% em relação a maio do ano passado.
Em junho, o índice caiu para 0,64 erro por coluna, 3,8 erros por página, a segunda melhor marca do ano, acima apenas de 0,58 de fevereiro. O índice de junho representou uma queda de 16% em relação a maio e de 8,5% em relação a junho do ano passado.

Páginas
O jornal já havia admitido que a reforma roubou 1% de texto noticioso e até 20% de texto em colunas de opinião. A minha preocupação era saber se o jornal tinha aproveitado a reforma para cortar páginas de notícia. Isso não ocorreu.
Em maio, o jornal teve 11,2% a mais de espaço noticioso em relação a abril e 4,6% em relação a maio do ano passado. Em junho, teve mais 1,3% de páginas de notícias em relação a maio (o mesmo volume, praticamente) e 6,6% a mais do que em junho do ano passado.
Vale lembrar que o jornal teve de garantir espaço em maio para a cobertura da crise de segurança pública (PCC). Em junho, todas as editorias foram sacrificadas para aumentar páginas para a cobertura da Copa.
Conclusões: houve, de fato, um aumento de erros de português logo após a reforma gráfica, mas em junho o índice caiu; e até agora, o jornal não diminuiu o número de páginas de notícias.


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