São Paulo, domingo, 27 de junho de 2004

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Equilíbrio e crítica

Está mais equilibrada a cobertura eleitoral da Folha no último mês. É um fato constatado pela diminuição de reclamações que o ombudsman recebe e pelo levantamento quinzenal feito pelo Laboratório de Pesquisas em Comunicação Política e Opinião Pública Doxa, do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro).
Os primeiros levantamentos feitos pelo laboratório neste início de campanha eleitoral, publicados pela coluna em 30 de maio, evidenciavam a predominância de uma cobertura negativa das ações da prefeita Marta Suplicy. Esse quadro mudou, como mostra o gráfico acima.
O monitoramento, quinzenal, distingue as reportagens relativas às ações da prefeitura das que tratam da candidatura petista à reeleição. Assim, as reportagens negativas sobre a administração caíram de 62% para 40% e, na última quinzena, contada até quarta-feira, para 22%. Nesse período, as reportagens neutras subiram de 15% para 40% e 39%. As positivas eram 23%, foram para 20% e estão em 39%.
O mesmo ocorreu com os textos que tratam da candidatura da prefeita.
O noticiário sobre José Serra (PSDB) também está bastante equilibrado, segundo o Doxa. Há uma predominância de reportagens neutras e um equilíbrio entre as avaliadas como positivas e negativas.
Em relação a Paulo Maluf (PP), ainda envolvido com o caso das contas fora do país, o quadro não se alterou: a maioria das reportagens é desfavorável ao ex-prefeito, e não vejo como poderia ser diferente. O importante nesse caso é garantir, como o jornal vem fazendo, o direito de o candidato veicular sua própria versão.
Em relação à prefeitura, o que temo agora é que essa busca necessária pelo equilíbrio possa afetar o espírito crítico do jornal. Senti isso na sexta-feira, na cobertura do balanço de três anos e meio que a prefeita fez para a imprensa. Acho que faltou ao jornal um questionamento mais firme da gestão petista.


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