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Manchetes contestadas desgastam imagem
Na segunda-feira, pela segunda vez em um mês, a Presidência da República negou informação referente à Petrobras que havia sido manchete
deste jornal.
Na terça, a contestação do
governo pelo menos saiu na
primeira página, não em página interna, como em 21 de
agosto. Mas o desgaste da imagem do jornal junto ao leitor é
quase o mesmo.
Como no episódio anterior,
a reportagem assumiu como
definitiva uma decisão que
provavelmente ainda está em
fase de estudos.
No outro caso, até agora ela
não se materializou (a criação
de uma empresa estatal independente da Petrobras para
cuidar do pré-sal).
Desta vez, pode ser que o governo venha a permitir que se
use o FGTS para comprar
ações da companhia e financiar o pré-sal, como informou
a Folha. Mas parece claro que
este ainda não é um assunto
fechado.
Outros veículos mostraram,
por exemplo, que o ministro
do Planejamento se opõe com
vigor a essa possibilidade por
achar que os recursos do Fundo são vitais para o financiamento habitacional.
A defesa do jornal diante da
veemente negativa do presidente da República à sua manchete de domingo foi capenga.
Responder que há estudos e
discussões sobre a possibilidade de usar o FGTS para financiar o pré-sal não é reiterar
que a decisão de fazê-lo foi tomada. Ao contrário, reforça a
negativa presidencial.
Creio que é prudente ser
mais cauteloso ao menos na
escolha de palavras taxativas.
Há enorme diferença entre
decidir e pedir subsídios para
tomar decisão.
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