São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2008

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Manchetes contestadas desgastam imagem

Na segunda-feira, pela segunda vez em um mês, a Presidência da República negou informação referente à Petrobras que havia sido manchete deste jornal.
Na terça, a contestação do governo pelo menos saiu na primeira página, não em página interna, como em 21 de agosto. Mas o desgaste da imagem do jornal junto ao leitor é quase o mesmo.
Como no episódio anterior, a reportagem assumiu como definitiva uma decisão que provavelmente ainda está em fase de estudos.
No outro caso, até agora ela não se materializou (a criação de uma empresa estatal independente da Petrobras para cuidar do pré-sal).
Desta vez, pode ser que o governo venha a permitir que se use o FGTS para comprar ações da companhia e financiar o pré-sal, como informou a Folha. Mas parece claro que este ainda não é um assunto fechado.
Outros veículos mostraram, por exemplo, que o ministro do Planejamento se opõe com vigor a essa possibilidade por achar que os recursos do Fundo são vitais para o financiamento habitacional.
A defesa do jornal diante da veemente negativa do presidente da República à sua manchete de domingo foi capenga. Responder que há estudos e discussões sobre a possibilidade de usar o FGTS para financiar o pré-sal não é reiterar que a decisão de fazê-lo foi tomada. Ao contrário, reforça a negativa presidencial.
Creio que é prudente ser mais cauteloso ao menos na escolha de palavras taxativas. Há enorme diferença entre decidir e pedir subsídios para tomar decisão.


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